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terça-feira, 13 de agosto de 2024
Tragédia

Menina de 9 anos é encontrada morta dentro de contêiner

O pai da criança revelou que descobriu através dos vizinhos que a filha supostamente dormia na rua e se alimentava de comida do lixo

Postado em 13 de agosto de 2024 por Leticia Marielle
Menina de 9 anos é encontrada morta dentro de contêiner
Menina de 9 anos é encontrada morta dentro de contêiner. | Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira (9), encontraram uma menina de nove anos morta dentro de um contêiner de lixo em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A principal suspeita é a mãe da criança. Encontraram o corpo de Kerollyn Souza Ferreira sem sinais evidentes de violência, mas o laudo de necropsia ainda confirmará a causa da morte.

De acordo com relatos de vizinhos, a menina residia nas proximidades. A polícia foi acionada e, ao investigar a casa da criança, notou comportamento suspeito por parte de Carla Carolina Abreu Souza, mãe de Kerollyn, que afirmou que a filha não havia dormido em casa na noite anterior. Kerollyn morava com a mãe e os irmãos em Guaíba, enquanto o pai, Matheus Ferreira, vive em Santa Catarina.

Em entrevista para a imprensa, o pai da criança revelou que descobriu através dos vizinhos que a filha supostamente dormia na rua e se alimentava de comida do lixo. “Eu não sabia o que estava acontecendo. Os vizinhos me contaram que ela dormia na rua e comia comida do lixo”. Ele tentou diversas vezes levar a menina para morar com ele, mas a mãe nunca permitiu. “Sempre deixei claro, se ela não consegue cuidar da menina, deixa-se ficar com ela. Mas ela nunca aceitou. Nunca imaginei que chegaria a esse ponto”, lamentou Matheus.

Investigação

A Polícia Civil decretou a prisão temporária de Carla por 30 dias, acusando-a de tortura e homicídio qualificado. As autoridades investigam a possibilidade de que a mãe tenha participado do crime por ação direta ou por omissão. O promotor Fernando Sgarbossa explicou que havia um conflito entre mãe e filha, o que contribuiu para os maus-tratos. O juiz João Carlos Leal Júnior classificou os atos como maus-tratos, abandono de incapaz e tortura, e considerou adequada a prisão temporária para o avanço das investigações.

Durante o depoimento, Carla confessou ter dado um medicamento controlado à filha e ter ido dormir antes de perceber o desaparecimento. Segundo os policiais, ela não demonstrou surpresa ao descobrir a localização do corpo e não expressou tristeza, mostrando até mesmo raiva por ser considerada suspeita.

O delegado Fernando Sodré afirmou que Kerollyn vivia em condições precárias, frequentemente abandonada, e chegou a dormir em um carro desocupado próximo à casa e à escola. O Conselho Tutelar do município já acompanhava o caso e havia um expediente aberto sobre a violação dos direitos da criança. A polícia continuará ouvindo testemunhas e analisando imagens de câmeras de segurança da região para avançar na investigação.

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