O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) expressaram apoio ao ministro Alexandre de Moraes após uma reportagem da Folha de S.Paulo levantar suspeitas sobre o uso de estruturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a sessão do STF desta quarta-feira (15), o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, negou as acusações, chamando a situação de “tempestade fictícia”. Ele esclareceu que as informações solicitadas eram públicas e visavam apenas monitorar postagens em redes sociais, sem envolvimento de investigações policiais.

O ministro Gilmar Mendes também saiu em defesa de Moraes, afirmando que as ações dele estão dentro da legalidade. Gilmar destacou que as críticas contra Moraes são infundadas e que ele tem conduzido as investigações de forma correta. O próprio Alexandre de Moraes se manifestou pela primeira vez sobre o caso, assegurando que não há nada a esconder. Ele explicou que todas as investigações seguiram os procedimentos adequados e, além disso, afirmou que o TSE era o órgão mais eficiente para lidar com essas questões, especialmente em um momento em que a Polícia Federal não estava cooperando plenamente.

Apoio da Procuradoria-Geral da República

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também defendeu Moraes. Ele garantiu que o Ministério Público teve a oportunidade de atuar em todos os processos relacionados ao ministro. Gonet afirmou que a atuação de Moraes foi realizada de maneira apropriada e dentro dos limites legais.

Por outro lado, a oposição, liderada por aliados de Bolsonaro, como os deputados Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, está pressionando pela abertura de um processo de impeachment contra Moraes. Eles argumentam que o ministro agiu de forma tendenciosa e pedem a anulação de julgamentos contra Bolsonaro em que Moraes esteve envolvido. Além disso, parlamentares da oposição estão articulando a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

Atualmente, o Senado está coletando assinaturas para avançar com o processo de impeachment. O vice-líder da oposição no Senado, Eduardo Girão, planeja concluir a coleta de assinaturas no dia 7 de setembro. E apresentar o pedido no dia 9 de setembro. No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem indicado que não há elementos suficientes para dar prosseguimento ao processo, o que pode dificultar as tentativas da oposição.