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sexta-feira, 15 de novembro de 2024
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Crescimento de Vendas

Indústria de motocicletas acelera e registra crescimento de 14,4%

Goianos apostam na moto como alternativa eficiente para fugir do trânsito caótico e economizar combustível

Postado em 21 de agosto de 2024 por Alexandre Paes
O resultado de julho foi o melhor registrado para o mês em 14 anos, segundo a Abraciclo | Foto: Rovena Rosa/ABr

De janeiro a julho deste ano, a indústria de motocicletas instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM) atingiu a marca de 1.015.201 unidades produzidas, com alta de 14,4% em relação a igual período de 2023. É o melhor resultado para o período desde 2012. Esse aumento na produção reflete a retomada do mercado após a pandemia e a crescente demanda por alternativas de transporte mais econômicas e ágeis, especialmente em grandes centros urbanos, como Goiânia.

Especificamente em julho, foram produzidas 147.125 motocicletas, com alta de 19,7% na comparação com julho de 2023 e de 38,4% em relação a junho deste ano. O resultado de julho foi o melhor registrado para o mês em 14 anos, segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

O crescimento expressivo está associado a diversos fatores, incluindo o aumento do custo de vida, a alta nos preços dos combustíveis e a necessidade de mobilidade eficiente em meio ao trânsito caótico das grandes cidades. Pedro Henrique Lemes, 32 anos, morador de Goiânia, comprou sua primeira moto em março deste ano. Ele explica que a decisão foi motivada principalmente pelo desejo de economizar. 

“Estava gastando muito com combustível e manutenção do carro. Além disso, meu trajeto diário até o trabalho é de cerca de 20 quilômetros, e de moto eu consigo fazer esse percurso em menos da metade do tempo que levava de carro. Sem contar o custo-benefício: a moto é bem mais econômica e prática para o dia a dia”, afirma Pedro.

Por outro lado, Amanda Lima Silva, de 27 anos, optou pela motocicleta para facilitar a mobilidade e garantir mais liberdade. Moradora de Anápolis e estudante universitária, Amanda conta que sempre teve dificuldades com os horários dos transportes públicos. “Comprei minha moto em abril e foi a melhor decisão que tomei. Agora, consigo administrar melhor meu tempo e ainda aproveito para fazer entregas nos horários livres, o que me ajuda a complementar a renda”, relata Amanda, que optou por um modelo mais leve e econômico.

O crescimento na produção reflete diretamente no aumento das vendas. Para Daniel Campos, gerente de uma das maiores concessionárias de motocicletas de Goiânia, o momento é favorável para quem busca adquirir uma moto. “Temos observado um aumento na procura, principalmente por modelos de baixa cilindrada, que são mais acessíveis e oferecem um bom custo-benefício. Além disso, as condições de financiamento estão mais atraentes, o que tem impulsionado ainda mais as vendas”, comenta Daniel.

Já o presidente da associação, Marcos Bento, disse que a indústria de duas rodas de Manaus permanece cumprindo os planos de produção, o que explica os resultados positivos nos primeiros sete meses do ano. “Mas a expectativa de estiagem na região amazônica para os próximos meses do ano vai exigir atenção redobrada do setor”, disse ele. Para evitar que a produção seja afetada por efeitos climáticos, as fábricas do Polo Industrial de Manaus estão implementando seus planos de contingência para cumprir o planejamento dos volumes de produção e, assim, manter o abastecimento da linha de produtos de duas rodas para o mercado, que está aquecido devido à melhora da economia.

Ele ressalta ainda que a moto tem se consolidado como uma solução prática, especialmente em cidades com trânsito intenso. “Muitas pessoas estão trocando o carro pela moto por conta da economia e da agilidade. O mercado está aquecido e a expectativa é que as vendas continuem em alta nos próximos meses, acompanhando a crescente produção”, conclui.

No varejo, no período de janeiro a julho, de acordo com a Abraciclo, 1.090.088 motocicletas foram licenciadas, 20,7% acima do total do mesmo período de 2023. É o melhor desempenho de licenciamento desde 2008 e a segunda melhor performance da história do segmento.  Os modelos mais procurados pelos consumidores e que foram destaque nos licenciamentos são Street (48,4% de participação do mercado), seguido pelo modelo Trail (18%) e motoneta (17,4%).

A Abraciclo também informou que a média de venda diária de motocicletas em julho, que teve 23 dias úteis, foi de 6.823 unidades no Brasil inteiro. As indústrias associadas exportaram em julho 3.318 unidades, com alta de 4,5% em relação a julho do ano passado e de 50,6% na comparação com junho deste ano. Com o crescimento na produção e na venda, as motocicletas se firmam como uma alternativa cada vez mais popular entre os brasileiros, atendendo tanto às necessidades econômicas quanto à busca por maior mobilidade nas cidades.

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