Moradores do condomínio fechado Residencial Portal do Lago, em Santa Bárbara de Goiás, relataram ao jornal O HOJE quase quatro anos de irregularidades supostamente cometidas pela gerência do condomínio. Por causa destas possíveis ações, um grupo de moradores entrou com ação judicial reivindicando o afastamento do gestor, bem como o fim de medidas apontadas por esses residentes. 

O jornal O HOJE conversou com o advogado Civilista Paulo Moura, que representa os moradores e, de acordo com o profissional, este processo foi aberto em meados de julho do ano de 2023. De acordo com Moura, a ação ainda está em fase inicial, contudo, já teriam enfrentado o primeiro obstáculo com o pedido de exibição de documentos na Justiça. “Eles determinaram que os documentos da associação de moradores fossem liberados para análise, porém, a associação não mostrou documentos como as listas de presença e de inadimplentes nas assembleias e as procurações”, descreve.

Além disso, o advogado destacou outras possíveis irregularidades supostamente cometidas pela equipe da associação, em específico, por Fabiano Prado Marin, presidente da associação dos moradores, segundo a denúncia dos moradores. Em um vídeo encaminhado à reportagem, um dos moradores, que preferiu não se identificar, aparece enquanto guia seguranças do residencial por mangueiras e cabos elétricos que supostamente alimentam a água da casa do presidente do condomínio até o poço artesiano. Posteriormente, o mesmo homem é visto em um outro vídeo junto a peritos da Polícia Técnico Científica enquanto inspecionam o mesmo equipamento visto no vídeo anterior.

Ainda sobre isso, foi compartilhado com a equipe de reportagem o laudo da perícia que fez os exames no local e, de acordo com o documento analisado, “concluiu-se que o abastecimento de água da casa periciada era oriundo do reservatório de água do condomínio interligado por 120 metros de tubulação de água e cabos elétricos”. “O reservatório de água do condomínio, por sua vez, era abastecido pelo poço artesiano do condomínio.” Além disso, foi apontado no laudo que a casa do presidente não teria hidrômetro de consumo de água. 

Outra denúncia

Uma outra denúncia enviada por moradores foi a suposta verificação de empresas prestadoras de serviços que possuíam cadastro e contratos irregulares sem a devida votação na assembleia. Além desta contratação, as duas empresas fariam parte do círculo familiar de Fabiano. Em um destes casos, também foi compartilhado um auto de notificação da Polícia Federal (PF) para Fabiano sobre a contratação de empresa de segurança não autorizada que, segundo moradores, o irmão do presidente seria o contador.

Enquanto isso, a empresa provedora de internet para o condomínio, chamada de ‘Brasil Turbo Net’, também operava supostamente de forma irregular, sem a autorização da Anatel e de votação em assembleia. Outra queixa dos moradores quanto a essa empresa se trata da suspeita de monopólio que seria protagonizado pela gerência, que não teria permitido que outras empresas de internet oferecessem o serviço no condomínio. 

Áudios de moradores

O jornal O HOJE também teve acesso a áudios dos moradores e gestores que confirmariam essa versão. Além disso, o nome oficial ou razão social da empresa estaria cadastrado como ‘A Marin – Brasil Turbonet’.  

A reportagem entrou em contato com Fabiano para que ele respondesse às denúncias e desse a sua versão da história, mas o denunciado afirmou que qualquer resolução será dada nos processos. Além disso, ameaçou entrar com uma ação judicial contra o jornal O HOJE caso a matéria fosse publicada.