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sábado, 21 de dezembro de 2024
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Destaque no Mercado

Setor agropecuário coloca Goiás e Tocantins no topo do mercado

O agronegócio teve uma influência crucial no avanço dessas regiões no ranking

Postado em 22 de agosto de 2024 por Alexandre Paes
Os indicadores de crédito são outro fator que impacta o investimento e consumo | Foto: Divulgação/Mapa

Segundo o Ranking de Competitividade dos Estados de 2024, Tocantins e Goiás despontam como os estados brasileiros com maior potencial de mercado. A pesquisa avaliou diferentes aspectos para classificar os estados, levando em consideração tanto o panorama geral quanto por região. Os dados foram coletados pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em colaboração com Seall e Tendências Consultoria.

De acordo com o estudo, a “capacidade de mercado” é um indicador que avalia a possibilidade de crescimento e progresso futuro dos estados. Nesta etapa, os especialistas avaliam a dimensão do Produto Interno Bruto (PIB) de cada região, a evolução da atividade econômica nos últimos quatro anos e a projeção do crescimento da mão de obra para a próxima década.

Além disso, são avaliados dados referentes ao mercado de empréstimos, tais como a proporção de renda comprometida, avaliação de crédito para indivíduos, montante de empréstimos e índice de inadimplência. Neste volume, tornou-se claro que o setor agropecuário foi o fator predominante que impactou a classificação de Goiás e Tocantins no ranking.

Segundo Tadeu Barros, presidente do CLP, o agronegócio teve uma influência crucial no avanço dessas regiões no ranking. “O setor agrícola desempenha um papel essencial nesse desenvolvimento. Ouvimos muito sobre o potencial do agro em ser uma das principais forças do Brasil. Goiás exemplifica isso perfeitamente e tem demonstrado crescimento constante”, comentou o especialista.

“Tocantins, apesar de pertencer à região Norte, possui fortes vínculos com o Centro-Oeste. Além disso, o estado conta com uma longa tradição na agricultura e, dessa forma, um grande potencial de mercado se destaca de maneira expressiva”, complementou.

Joel de Sant’Anna Braga Filho, secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás, destacou que, além do setor agrícola, a industrialização é crucial para o desenvolvimento do estado. “Embora a agropecuária seja a nossa força mais evidente, definitivamente não é a única. A industrialização em Goiás vem avançando a passos largos, sustentando a nossa economia quando o agro passa por períodos difíceis ou temporadas mais fracas”, argumenta.

Por meio de fundos estaduais, a infraestrutura dos estados também pode ser melhor com os impostos pagos pelo agronegócio, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.

Marcelo Guaritá, membro do Comitê de Leis e Regulamentos da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e sócio do Peluso, Stüpp e Guaritá Advogados, destacou o Fundo Estadual de Infraestrutura, uma contribuição paga pelos agricultores de Goiás, que é destinada à melhoria da logística agropecuária do estado.

“Funciona como uma espécie de condicionante para a aplicação/utilização de benefícios ou incentivos fiscais relacionados ao ICMS, como o diferimento e a substituição tributária, e da imunidade de exportações”, afirmou.

“A cobrança, que foi criada com o pretexto de melhorias nas estradas, conta com percentuais de recolhimento que variam conforme o tipo de produto envolvido, podendo chegar até a 1,65%, como nos casos de soja e minérios”, disse Guaritá.

Segundo o estudo, o tamanho da economia de um estado influencia na decisão de localização de investimentos das empresas, favorecendo a competitividade das maiores unidades da federação.

Conforme o texto, estados com economias mais dinâmicas criam mais oportunidades de investimento, gerando um ciclo de desenvolvimento econômico. O crescimento da população em idade de trabalho também é fundamental para o crescimento de longo prazo.

Além disso, de acordo com o levantamento, os indicadores de crédito são outro fator que impacta o investimento e consumo, sendo particularmente relevantes no contexto de alto endividamento da população.

O peso do pilar “tamanho de mercado” no ranking geral é reduzido para evitar que estados maiores, como São Paulo, tenham vantagem excessiva, resultando em impacto limitado no ranking. Por isso, por exemplo, o estado de Roraima está em terceiro lugar nesse pilar,  embora na nota geral esteja na última posição, pois não pontuou bem em outros pilares.

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