O mundo do entretenimento perdeu uma de suas estrelas mais brilhantes. James Darren, renomado ator e diretor conhecido por seu trabalho em “Star Trek” e “Barrados no Baile”, faleceu na última segunda-feira (2), aos 88 anos. Darren morreu enquanto dormia no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, onde estava internado para uma cirurgia de substituição de válvula aórtica. A notícia de sua morte trouxe um misto de tristeza e lembranças de uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, deixando um legado no cinema e na televisão.

Ascensão ao estrelato e primeiros passos no cinema

James Darren, nascido James William Ercolani, em 8 de junho de 1936, na Filadélfia, desde jovem demonstrou interesse pela atuação. Sua paixão o levou a Nova York, onde teve a oportunidade de estudar com a atriz e professora Stella Adler, conhecida por treinar alguns dos maiores talentos de Hollywood.

A carreira de Darren decolou quando foi descoberto por Joyce Selznick, sobrinha do lendário produtor David O. Selznick, famoso por “…E o Vento Levou”. Esse encontro resultou em um contrato com a Columbia Pictures, lançando Darren ao estrelato.

A estreia no cinema veio em 1956, com o drama de delinquentes juvenis “Frutos da Violência”. Embora sua atuação tenha chamado a atenção, foi o papel de Moondoggie em “Maldosamente Ingênua” (1959) que solidificou seu status de astro. Interpretando um surfista que conquista o coração da adolescente Gidget, vivida por Sandra Dee, Darren se tornou um ícone cultural.

O filme foi um grande sucesso e deu início à febre dos filmes de praia que dominariam a década de 1960. Além de atuar, Darren também gravou o tema da franquia “Gidget”, o que lançou sua carreira musical, culminando em discos de ouro e mais de 14 álbuns lançados.

Diversificação na carreira e grandes papéis no cinema

Apesar do sucesso com os filmes de praia, Darren não queria ser rotulado como o típico galã surfista. Ele buscou diversificar seus papéis, mostrando sua versatilidade como ator. Em “Os Canhões de Navarone” (1961), Darren interpretou um soldado grego em um dos filmes de guerra mais aclamados da época.

Essa decisão de diversificar seus papéis ajudou a preservar sua relevância em Hollywood, permitindo que ele atuasse em uma variedade de gêneros, desde a ação em “Demônios da Pista” (1964) até o terror no filme italiano “Vênus em Fúria” (1969).

Apesar de sua diversificação no cinema, o sucesso de Darren continuou ligado aos papéis que desempenhou em produções que capturavam o espírito jovem da época. As sequências de “Maldosamente Ingênua” — “Férias no Havaí” (1961) e “Roma, Convite ao Amor” (1963) — reafirmaram sua imagem de galã jovem e atraente, mesmo que com diferentes atrizes no papel de Gidget. Este sucesso constante fez de Darren um dos rostos mais reconhecidos do cinema da década de 1960.

Transição para a televisão e direção de sucesso

A carreira de Darren não se limitou ao cinema. Ele também encontrou grande sucesso na televisão, onde interpretou personagens que marcaram época. Em “Túnel do Tempo” (1966-67), Darren deu vida ao Dr. Tony Newman, um cientista que viajava pelo tempo em uma série que combinava ação, aventura e história. O show, que co-estrelou Robert Colbert, tornou-se um clássico cult, com Darren sendo lembrado por sua capacidade de trazer autenticidade e carisma ao papel.

Na década de 1980, Darren retornou à televisão como o oficial Jim Corrigan em “Carro Comando”. Foi durante essa série que ele descobriu uma nova paixão: a direção. Quando surgiu a necessidade urgente de um diretor para finalizar um episódio, Darren assumiu a responsabilidade e se destacou. Esta experiência abriu novas portas para ele, que rapidamente se estabeleceu como diretor de episódios de várias séries populares, incluindo os sucessos “Melrose Place” e “Barrados no Baile”.

Revitalização da carreira em “Star Trek: Deep Space Nine”

Nos anos 1990, James Darren conquistou uma nova geração de fãs com sua participação em “Star Trek: Deep Space Nine”. No papel de Vic Fontaine, um cantor holográfico inspirado em Frank Sinatra, Darren trouxe um toque de nostalgia e classe ao universo de Star Trek.  Ele descreveu o papel como um dos mais prazerosos de sua carreira, e suas performances musicais na série foram tão bem recebidas que foram compiladas em um disco intitulado “This One’s From the Heart”, lançado em 1999.