“Ondas verdes dão mais qualidade de vida aos goianienses”, afirma SMM
Os estudos para a implementação de uma “onda verde” são feitos periodicamente para adaptar a sincronização de uma via à sua demanda atual
Historicamente, o trânsito da Capital foi sempre um assunto conturbado para qualquer um que participasse na mobilidade urbana, seja para pedestres, passageiros do transporte público e motoristas com veículos próprios. Entre os principais assuntos na ponta da língua de especialista de mobilidade está o comportamento do motorista goiano, a estrutura da própria mobilidade urbana da Capital.
Enquanto o primeiro tópico possui diversas abordagens para uma possível solução que caminha a passos lentos que chegou a ser considerado o pior motorista brasileiro, como diz o gestor do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Enquanto isso, a segunda questão possui uma possível solução mais direta e que pode beneficiar a população em um curto período de tempo se for implementada com amparo de pesquisa.
Para o motorista de aplicativo, Fernando, tem queixas dessas duas questões no trânsito e sofre diariamente com isso. Para ele, um dos principais problemas é o comportamento uma vez faz o trânsito da cidade mais perigoso para os envolvidos. Como exemplo, cita o hábito do uso do celular ao volante que aumenta a probabilidade de um acidente. “Moro em Goiânia há 16 anos e grande parte desse tempo eu dirijo aqui. Se a pessoa quiser entrar no ramo [de motorista de aplicativo] tem que ter experiência para dirigir na Capital porque esse trânsito de Goiânia é muito complicado”, afirma.
Apesar dos solavancos, a estrutura do tráfego da Capital é algo que é alterado todo ano pela Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) para adequar ao atual cenário. Com alguns acertos, e alguns erros, a pintura do trânsito de Goiânia se modifica a todo momento em uma “metamorfose ambulante”.
Em um destes casos as “ondas verdes” geram benefícios para os goianienses, segundo o técnico da mobilidade da SMM, Horácio Ferreira, para O HOJE. De acordo com ele, essa “onda” é a sincronização semafórica que ocorre em determinada via urbana para gerar um dinamismo no trânsito da Capital. “A todo instante a engenharia de trânsito [da SMM] faz essas implementações com a geração de pólos de tráfego que mudam a demanda rapidamente de um lugar para o outro”. Como exemplo, cita as vias que possuem esse mecanismo como a T-1, T-63, a T-8 e a T-2.
Contudo, antes de efetuar a implementação do recurso é feito um estudo para determinar se a via e a demanda comportam esse dinamismo. Esse estudo é feito a partir de uma análise presencial de técnicos da SMM com as demandas do tráfego de uma região. Como exemplo, cita a criação de uma escola de médio a grande porte nas margens de uma via que altere o padrão e o comportamento dos motoristas em uma determinada área. Apesar disso, lembra que não são todas as vias que comportam essa configuração.
Um dos benefícios desse dinamismo, como fala, é a diminuição do tempo de viagem de um motorista até certo ponto por diminuir uma área que pode gerar um estresse, e melhora, por consequência, a qualidade de vida dele. Uma das alterações mais recentes, como lembra, foi as sincronizações do BRT Norte Sul que priorizou a mobilidade dos transportes coletivos.
Em um outro caso lembra da reconfiguração das vias do Setor Marista em junho de 2024. Para essa mudança, relata que os técnicos da SMM sentaram com moradores, comerciantes, líderes de bairros e parlamentares para entender as necessidades. “Trabalhamos o trânsito para devolver à população uma maior segurança e qualidade de vida”, relata.
Apesar destes benefícios, lembra como não há e nunca se vai ter uma “onda verde” infinita na qual um motorista saia de um local e se mova ininterruptamente até o destino, apesar do apelo da população. Inclusive, relaciona isso ao fato destas sincronização propiciar uma direção mais veloz ao qual a rua permite. “O condutor não pode se descuidar dos princípios básicos de segurança no trânsito”, alerta.
O papel dos semáforos inteligentes
Outro ponto que deve mudar a sincronização para melhor, como é esperado, é uma maior abrangência dos semáforos inteligentes na cidade. Os aparelhos conseguem analisar a demanda de uma via em tempo real e fazer uma sincronização pontual sem a necessidade de programação. Atualmente, são 30 semáforos inteligentes em 10 cruzamento da capital, a meta da pasta, contudo, é para que sejam instalados mais 28 equipamentos destes.
Segundo Horácio, esse equipamento vai ter um papel crucial no sincronismo do trânsito da cidade quando for totalmente instalado por fornecer o descongestionamento do trânsito, mesmo com vias na “onda verde”. “Os semáforos inteligentes fazem um excelente trabalho nos centro urbanos sem a necessidade do empenho humano. Estamos com processo empenhado para realizar outras implementações desse equipamento”.