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quarta-feira, 16 de outubro de 2024
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Digitalização

Mais de 60% da população com mais de 60 anos utiliza a internet, diz pesquisa

Esta transformação não apenas facilita a comunicação e o acesso a serviços, mas também oferece oportunidades para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos idosos

Postado em 11 de setembro de 2024 por Ronilma Pinheiro

O cenário tecnológico atual está transformando a vida de todas as faixas etárias, e a população com 60 anos ou mais não é exceção. O crescimento da digitalização tem impactado de forma significativa a rotina dos idosos, com o uso crescente de celulares, redes sociais e aplicativos de saúde.

Esta transformação não apenas facilita a comunicação e o acesso a serviços, mas também oferece novas oportunidades para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos longevos. Contudo, a crescente inclusão digital também traz à tona desafios significativos, especialmente em termos de segurança. O aumento dos golpes e fraudes direcionados a essa faixa etária exige uma abordagem cuidadosa e estratégias eficazes para garantir a proteção dos usuários mais vulneráveis.

A inclusão digital dos idosos que tem avançado de forma notável nos últimos anos, reflete uma mudança significativa na forma como essa faixa etária interage com a tecnologia. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam um aumento substancial no uso da internet por pessoas com 60 anos ou mais. Em 2016, apenas 24,7% desse grupo utilizava a internet. No entanto, esse percentual saltou para 62,1% em 2022, demonstrando uma adesão crescente às tecnologias digitais.

Para os especialistas, este crescimento é indicativo de uma transformação cultural e tecnológica que está redefinindo a experiência dos idosos no mundo digital.

Celulares e redes sociais

Os celulares desempenham um papel central na vida digital dos idosos. A pesquisa TIC Domicílios 2022, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revela que 58% dos idosos utilizam seus celulares como principal meio de conexão à internet. A popularidade dos smartphones entre essa faixa etária é atribuída à sua facilidade de uso, portabilidade e acesso simplificado a uma ampla gama de aplicativos e serviços online.

As redes sociais têm se consolidado como uma ferramenta crucial para a inclusão digital desse público. Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em 2022, 72% dos idosos usam aplicativos de redes sociais em seus celulares.

O Whatsapp, com 92% de participação, lidera a lista, seguido pelo Facebook (85%) e Youtube (77%). Essas plataformas não apenas facilitam a comunicação com amigos e familiares, mas também proporcionam acesso a entretenimento, notícias e informações relevantes. No youtube, por exemplo, os longevos encontram desde receitas até dicas de saúde.

A adoção de aplicativos de saúde tem sido uma tendência crescente entre os idosos, que buscam na tecnologia o gerenciamento da saúde. Aplicativos que auxiliam no controle de medicamentos, monitoramento da pressão arterial e agendamento de consultas são amplamente utilizados. Essas ferramentas têm se mostrado essenciais para a manutenção da saúde e bem-estar dos idosos, uma vez que permitem um acompanhamento mais eficiente e acesso facilitado aos serviços médicos. Para esse público, a integração desses aplicativos em sua rotina contribui para uma gestão mais proativa e personalizada da saúde.

Desafios de segurança digital e golpes virtuais 

Apesar dos benefícios, a crescente exposição digital dos idosos também traz à tona desafios significativos, especialmente em relação à segurança. Pesquisas indicam um aumento alarmante de mais de 70% no número de golpes contra pessoas idosas em 2023, em comparação com o ano anterior. Segundo os especialistas, esse aumento destaca a necessidade urgente de educação e conscientização sobre práticas seguras no ambiente digital. As recomendações incluem a proteção de senhas, a cautela com links e mensagens suspeitas, e a promoção de um ambiente digital mais seguro para essa faixa etária.

Polianna Souza, médica geriatra e co-fundadora do canal Longidade, enfatiza a importância da educação digital contínua para os idosos. “A inclusão digital é uma ferramenta poderosa para a manutenção da autonomia e do bem-estar dos idosos. No entanto, é crucial que haja uma educação continuada sobre o uso seguro das tecnologias, para evitar que eles se tornem vítimas de fraudes”, destaca. Segundo a especialista, a conscientização e a formação são essenciais para garantir que os idosos possam aproveitar ao máximo os benefícios da tecnologia sem comprometer sua segurança.

Jotta Junior, empresário e especialista comportamental, membro da Neurobusiness Society e co-fundador do canal Longidade, ressalta os benefícios cognitivos e sociais da adaptação digital para os longevos. “Ao aprenderem e se adaptarem às novas ferramentas digitais, os idosos não apenas melhoram suas habilidades cognitivas, mas também fortalecem suas conexões sociais e emocionais”, explica. Ele acrescenta que a inclusão digital é uma oportunidade para enriquecer a vida dos longevos, promovendo um engajamento mais ativo e uma maior sensação de pertencimento.

De modo geral, os especialistas defendem que a integração dos idosos ao mundo digital é uma realidade que oferece uma série de benefícios significativos e contribui para uma melhor qualidade de vida e maior autonomia. No entanto, afirmam que para que a inclusão digital seja uma experiência positiva e segura, é essencial promover a educação digital e adotar práticas eficazes de segurança online.

Assim, garantir que os 60+ possam navegar pelo ambiente digital de maneira protegida é fundamental para maximizar os benefícios das tecnologias e minimizar os riscos associados. Além disso, os especialistas afirmam que a promoção de boas práticas digitais e a conscientização sobre os riscos são passos cruciais para assegurar que a inclusão digital continue a ser uma força positiva na vida dos longevos.

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