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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Caso de Polícia

Escola é denunciada por negligência após agressão contra estudante

A mãe da jovem de 15 anos, que é portadora de escoliose e doença de von Willebrand, denuncia colégio por omissão após filha ser agredida na porta da escola

Postado em 17 de setembro de 2024 por Andresa Cardoso
A mãe da jovem de 15 anos, que é portadora de escoliose e doença de von Willebrand, denuncia colégio por omissão após filha ser agredida na porta da escola | Foto: Reprodução/Sesc Cidadania

Na última sexta-feira (13), a advogada Luciana Ferreira dos Anjos usou suas redes sociais para denunciar um caso de agressão cometido por um garoto de 14 anos, contra a sua filha, de 15 anos. O caso ocorreu durante o período de saída dos estudantes do Centro Educacional Sesc Cidadania, na região sul da capital goiana. Procurado pelo O HOJE, o colégio não se manifestou sobre o caso até o fechamento desta edição.

No boletim de ocorrência feito por Luciana, a advogada relata que a estudante sofre ataques de bullying frequentes. A jovem possui escoliose – doença que provoca uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco –, e por isso se tornou alvo de comentários ofensivos sobre sua condição, por parte de outros estudantes. Luciana indicou, ainda, que a jovem já tinha uma cirurgia marcada acerca de sua condição.

Ainda de acordo com o relato, a jovem saía da escola quando foi empurrada, batendo a cabeça no queixo de uma menina. Uma jovem indicou que o garoto de 14 anos foi o responsável pela agressão. Os dois se desentenderam e, após uma sequência de ataques físicos do estudante contra a jovem e a intervenção de um estudante para separar a briga, a garota conseguiu se soltar.

Luciana dos Anjos denuncia a escola por omissão, já que, além de possuir escoliose, a jovem também possui a doença de von Willebrand – que causa dificuldades no processo de coagulação do sangue. Ela relata que a escola não a comunicou sobre o conflito, já que soube da situação através de uma das colegas da filha.

“Minha filha estava trancada com a coordenação da escola, com o pai do menino e o menino, lá dentro”, afirmou Luciana, sobre a situação que encontrou ao chegar à escola, em entrevista ao Jornal O Hoje. Ela conta que chegou à coordenação e aguardou, pensando que a demora se tratava da instituição tomando os devidos cuidados para garantir a integridade física da jovem, como acionar a enfermagem.

Assim, “quando eu vi o pai, já o vi alterado, falando que a minha filha deveria ter corrido da briga […] na ideia deles, ela apanhou porque ficou”, disse Luciana. Ela conta que pediu para entrar na sala e participar da reunião, indignada com a situação. Em seguida, se encaminhou para a delegacia, para prestar o boletim de ocorrência. “Não sou a primeira que tem problemas com isso. “Lá são várias ocorrências de violência”, afirmou a mãe da jovem.

Gestão do colégio recebe críticas

A página do colégio Sesc Cidadania recebeu algumas avaliações no Google, entre elas, reclamações sobre a gestão estudantil. Uma usuária demonstrou sua insatisfação: “Há alguns anos, o Sesc era um dos melhores, mas depois que mudou a direção, preferiram demitir os melhores professores para pagar salários inferiores a melhorar a educação, que era o principal objetivo do Sesc”.

Um ex-aluno da instituição, que receberá nesta matéria o nome fictício de João, estudou de 2009 a 2020 na unidade de ensino. Ele contou parte de sua experiência escolar. Preferindo não se identificar, ele relatou que, desde a troca da direção do Sistema S – empresas privadas que prestam serviços, a gestão da instituição “começou a ter muitas medidas duvidosas”. Ele conta que o Sesc sempre foi reconhecido por ser uma escola inovadora no ensino, e que valoriza o “desenvolvimento dos alunos enquanto cidadãos”.

João relatou que gostava do modelo de gestão antigo, mas que, a partir de 2018, percebeu que “a escola busca um modelo de educação mais tradicional”. De acordo com ele, ocorreram diversos problemas, como a demissão de professores do ensino fundamental e médio e demais funcionários da escola.

Ele disse que, por ter convivido durante muitos anos com os funcionários da instituição, manteve um vínculo com alguns deles. Assim, em conversa com um ex-servidor, que ele preferiu não identificar, João obteve algumas informações de incidentes no colégio. “Ele me contou que tem alguns casos de alunos que por vezes usam vape e outros tipos de narcóticos no banheiro”, citou João. Ele ressalta: “desde a última gestão, de 2018 pra cá, tem decaído bastante o nível da escola”. O ex-aluno ainda relatou uma situação de agressão que presenciou na escola: “Eu, como aluno, presenciei uma briga entre dois alunos, com agressão física”. Ele afirma que, durante esse ocorrido, não houve omissão por parte da escola: a gestão executou a expulsão do jovem agressor. O espaço continua aberto para manifestação da escola.

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