Dia Nacional da Doação de Órgãos: 2.089 Pessoas Aguardam Transplante em Goiás
Especialistas destacam a importância da doação e desmistificam conceitos errôneos
A data, criada pela Lei nº 11.584/2007, serve para aumentar a conscientização sobre a doação de órgãos e incentivar conversas entre familiares. Atualmente, 2.089 pessoas aguardam um transplante em Goiás. No Brasil, esse número chega a 64.265, segundo o último Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
A situação é preocupante, pois o número de transplantes não acompanha a demanda. De janeiro a junho deste ano, os médicos realizaram apenas 4.579 transplantes, enquanto 1.210 pessoas faleceram esperando por um órgão.
O rim lidera a lista de órgãos mais procurados. No Brasil, 35.695 pacientes aguardam um rim, enquanto em Goiás, 544 pessoas estão na fila, e 1.531 esperam por córneas.
Por que Conversar é Importante
Rodrigo Rosa de Lima, urologista e especialista em Transplante Renal, ressalta: “As famílias frequentemente precisam decidir sobre a doação em momentos difíceis. Quando já discutimos a doação em vida, a escolha pode ser mais clara e menos dolorosa.”
Eduardo Jorge Roriz Rodrigues, que recebeu um transplante de rim em março de 2022, ilustra o impacto positivo da doação. Sua irmã se tornou sua doadora, evitando a longa espera na fila. Eduardo agora incentiva outros a se tornarem doadores: “Quem puder ajudar, que ajude!”
Desafios e Mitos
A legislação atual exige que a família concorde com a doação, o que representa um obstáculo. Rodrigo observa: “Precisamos de mais doadores. Muitas vezes, as famílias perdem a oportunidade de doar porque demoram a decidir.” Um único doador pode salvar de 7 a 10 vidas.
Além disso, muitos mitos cercam a doação de órgãos. Um dos mais comuns é o medo da mutilação do corpo. Contudo, os médicos seguem rigorosos protocolos para garantir que o corpo receba o tratamento adequado.
Outro mito diz respeito à desigualdade. Muitas pessoas acreditam que a doação favorece apenas os ricos. Rodrigo esclarece que a alocação de órgãos ocorre com base em critérios médicos, independentemente da situação financeira do paciente. “Os profissionais de saúde priorizam a vida e o tratamento do paciente até a confirmação da morte cerebral”, afirma.
Informações e Empatia: O Caminho a Seguir
A preocupação com a demora na liberação dos corpos após a doação também é comum. Contudo, os profissionais de saúde trabalham para liberar rapidamente o corpo, respeitando o luto da família.
Rodrigo enfatiza: “Os médicos devem fornecer informações claras sobre a doação. A empatia e a sensibilidade na abordagem são essenciais, pois o assunto é delicado.”