As Forças de Defesa de Israel anunciaram neste sábado (28) a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do grupo Hezbollah, durante um ataque israelense realizado nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano. Segundo o porta-voz militar Avichay Adraee, o ataque, ocorrido na sexta-feira (27), tinha como alvo direto Nasrallah e outros líderes do grupo. O bombardeio fez parte de uma ofensiva para enfraquecer as capacidades militares da organização, considerada uma ameaça de longa data por Israel.

O Hezbollah confirmou a morte de Nasrallah e, em resposta, declarou que a “batalha contra Israel continua”. O grupo, aliado ao Hamas, prometeu intensificar as ações contra o Estado israelense. Segundo a organização, a morte de seu líder não será suficiente para frear sua resistência. Em um comunicado, o Hamas também reforçou seu apoio ao Hezbollah, afirmando que o assassinato de Nasrallah “fortalece ainda mais a resistência”.

As Forças de Israel informaram que outros comandantes importantes do Hezbollah estavam reunidos com Nasrallah no momento do ataque e que, possivelmente, também morreram. O tenente-coronel Nadav Shoshani declarou que Israel permanece em alerta máximo diante da possibilidade de um conflito mais amplo. Ele acrescentou que, apesar da morte de Nasrallah, ainda há muito a ser feito para degradar as capacidades militares do Hezbollah.

O ataque israelense ocorreu pouco após o discurso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Netanyahu reafirmou a posição de Israel contra grupos como o Hezbollah, afirmando que o país não recuará diante das ameaças.

Nas primeiras horas deste sábado, novos bombardeios foram registrados em Beirute, conforme relatos de testemunhas. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, o ataque de sexta-feira deixou seis mortos e 91 feridos. Apenas nesta semana, os bombardeios israelenses no Líbano já causaram a morte de 700 pessoas, de acordo com autoridades libanesas. Entre as vítimas estão quatro crianças, mortas durante um ataque no sul do país.

Em retaliação, o Hezbollah lançou mísseis contra a cidade de Haifa, no norte de Israel. Como resposta, o governo israelense ordenou a evacuação de milhares de residentes da região. Netanyahu afirmou que a nova fase do conflito continuará até que os cidadãos do norte possam retornar com segurança às suas casas.

Enquanto isso, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que o Líbano fará Israel “se arrepender” pelos ataques. Em um comunicado, Khamenei declarou que é dever de todo muçulmano apoiar o Hezbollah contra o que chamou de “regime opressivo e perverso” de Israel. Ele ainda não se pronunciou sobre a morte de Nasrallah, mas reforçou que todas as forças da região estão ao lado do Hezbollah.

Israel anuncia morte de líder do Hezbollah. Com a escalada dos conflitos, cresce o temor de um envolvimento mais direto do Irã na guerra, o que poderia ampliar ainda mais as tensões no Oriente Médio.