Entenda como são escolhidos os nomes dos Furacões
Os nomes são alternados entre masculinos e femininos.
A escolha dos nomes dos furacões e tufões segue um processo bem definido. Atualmente, existe uma lista com 126 nomes que se repetem em um ciclo de seis anos.
Essa lista é organizada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, Suíça. Os nomes escolhidos são comuns e refletem as línguas faladas nos países mais afetados, como inglês, espanhol e francês.
Os nomes são alternados entre masculinos e femininos. Para os furacões no Oceano Atlântico, a lista contém seis colunas, cada uma representando um ano, com 21 nomes em cada. Eles seguem a ordem alfabética, mas excluem as letras q, u, x, y e z. Isso acontece porque poucos nomes começam com essas letras.
Nomenclatura de furacões em regiões
No Oceano Pacífico, a nomenclatura varia conforme a região. Os tufões no Noroeste do Pacífico seguem uma lista com 144 nomes, também disposta em seis colunas, mas sem as letras q e u. Já os tufões do Centro-Norte do Pacífico utilizam nomes havaianos, totalizando 48, que são usados sequencialmente.
Entretanto, algumas situações podem interferir nesse padrão. Se houver mais de 21 furacões em um ano, novos nomes são criados com iniciais do alfabeto grego, como alfa e beta. Isso ocorreu, por exemplo, na temporada de furacões de 2005. Além disso, nomes de furacões devastadores podem ser alterados. O nome “Katrina” foi substituído por “Katia” em 2011, devido à destruição causada.
Antes da adoção das normas atuais, a nomenclatura era bem diferente. Durante séculos, os furacões recebiam nomes de santos. Por exemplo, se um furacão ocorresse no dia de São João, ele seria nomeado em homenagem ao santo.
No final do século XIX, o meteorologista australiano Clement Wragge começou a nomear os furacões com nomes de mulheres, muitas vezes inspirando-se em pessoas de quem não gostava.
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No início do século XX, os militares dos EUA utilizavam coordenadas de latitude e longitude para nomear ciclones, mas essa prática se mostrou confusa. Assim, em 1953, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) criou uma lista alfabética com nomes comuns de mulheres para os ciclones, inspirada por Wragge.
Somente no final da década de 1970, a NOAA percebeu que o modelo era machista. Assim, começou a alternar nomes masculinos e femininos. Estudos indicam que furacões com nomes femininos podem causar mais mortes do que os com nomes masculinos.
Pesquisadores da Universidade de Illinois descobriram que as pessoas tendem a não temer furacões com nomes femininos da mesma forma que fazem com nomes masculinos. Isso leva a uma preparação inadequada, resultando em tragédias.
Esse processo de nomenclatura reflete não apenas uma prática meteorológica, mas também uma evolução social. A mudança de paradigma na escolha dos nomes evidencia a necessidade de igualdade de gênero e a percepção pública sobre os riscos associados a esses fenômenos.
Enquanto isso, as tempestades continuam a se formar, e a importância de um nome apropriado vai além da simples identificação: ele pode impactar a forma como as pessoas se preparam e reagem.