O segredo para uma vida longa e saudável
Estudo de comunidades centenárias revela como hábitos simples e fortes laços sociais promovem longevidade em regiões específicas ao redor do mundo
Em algumas regiões do mundo, viver mais de 90 anos é quase uma regra. Esses lugares, conhecidos como ‘zonas azuis’, chamam a atenção de cientistas e especialistas em longevidade por seus habitantes que alcançam idades centenárias com boa saúde. Okinawa, no Japão; Sardenha, na Itália; Icária, na Grécia; Nicoya, na Costa Rica; e Loma Linda, nos Estados Unidos, são exemplos dessas zonas onde os hábitos de vida simples e equilibrados parecem ser a chave para uma vida longa.
Mas qual é o segredo dessas regiões? Nessas zonas, as dietas são majoritariamente baseadas em vegetais, leguminosas, frutas, grãos e pouca carne. Em Okinawa, por exemplo, o consumo de tofu e batata-doce é comum, alimentos ricos em nutrientes e antioxidantes. O vinho tinto é parte da dieta dos habitantes de Sardenha, conhecido por seus benefícios ao coração, quando consumido com moderação. Já em Nicoya, a ingestão de alimentos tradicionais como milho e feijão também contribui para uma vida mais saudável.
Outro fator importante é a vida ativa dessas comunidades. Ao contrário de muitas sociedades modernas, os habitantes das zonas azuis não têm uma rotina sedentária. Mesmo na velhice, eles continuam a se movimentar, seja caminhando, trabalhando na terra ou realizando pequenas tarefas diárias. O movimento faz parte da vida cotidiana, e isso mantém o corpo e a mente em constante funcionamento.
O senso de comunidade também é um diferencial nessas regiões. O apoio familiar e social é um dos fatores que prolongam a vida nessas zonas. Em Okinawa, o conceito de ‘moai’, que significa um grupo de amigos que se apoiam mutuamente ao longo da vida, é um pilar da cultura local. Em Loma Linda, a fé e o senso de pertencimento à comunidade religiosa também desempenham um papel importante, criando laços sociais fortes e um propósito de vida.
O gerenciamento do estresse também é um ponto em comum entre as zonas azuis. Em Icária, na Grécia, a vida é vivida em um ritmo desacelerado, e a sesta (sono durante a tarde) faz parte da rotina diária. Esse hábito não apenas reduz o estresse, mas também é apontado como um dos fatores que contribuem para a saúde cardiovascular dos habitantes. Em Sardenha, os centenários vivem longe das pressões da vida moderna, em um ambiente rural e pacífico.
A ciência tem investigado as zonas azuis para entender como esses fatores se interligam e promovem a longevidade. Pesquisas indicam que a combinação de uma dieta balanceada, atividade física regular, laços sociais fortes e uma abordagem leve em relação ao estresse são elementos fundamentais para uma vida longa e saudável. Ao contrário das fórmulas mágicas ou dietas da moda, as zonas azuis mostram que o segredo da longevidade está em hábitos simples e sustentáveis, que podem ser adaptados a diferentes realidades.