Neste ano, Gilda de Abreu comemoraria 120 anos, uma multiartista nascida em Paris e naturalizada brasileira, que se tornou uma figura central na história do cinema e da música do Brasil. Sua trajetória começou ainda jovem, com apresentações em eventos beneficentes e concertos de ópera, mas foi no início da década de 1920 que ela se destacou no cenário cultural nacional.

Brilhando no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Gilda conquistou o público em grandes óperas, como ‘Os Contos de Hoffmann’ e ‘O Barbeiro de Sevilha’. Em 1933, fez sua estreia no teatro musicado com a opereta ‘A Canção Brasileira’, um marco que culminou em seu casamento com o cantor Vicente Celestino. A cerimônia, realizada no próprio palco, teve grande repercussão e ficou registrada na memória do público.

Com a ascensão das radionovelas nos anos 1940, ela ampliou seu talento ao escrever roteiros que se tornaram memoráveis em emissoras como a Rádio Nacional e a Rádio Tamoio. Em 1945, deu início à sua carreira como diretora de cinema com o filme ‘O Ébrio’, que se tornou um grande sucesso de bilheteira, emocionando e marcando gerações.

Apesar de sua importância para a cultura brasileira, críticos como Hernani Heffner lamentam que sua obra nem sempre recebeu a visibilidade que merece. Além de sua atuação no cinema, a artista destacou-se como escritora, publicando romances infantis e uma biografia de Vicente Celestino.