Considerado um ingrediente essencial na culinária, o açúcar é amplamente apreciado por sua capacidade de realçar o sabor dos alimentos. No entanto, seu consumo excessivo representa riscos significativos à saúde, sendo comparado, em alguns estudos, ao uso de substâncias como álcool e cigarro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que apenas 10% das calorias diárias consumidas devem vir do açúcar, um máximo de 25 gramas de açúcar por dia.

O desafio na quantificação do açúcar é notável, já que ele se encontra presente em diversos alimentos, dificultando o controle diário de consumo. Embora existam diretrizes claras para a ingestão de sal, não ocorre o mesmo para o açúcar, uma vez que este não é um nutriente essencial ao organismo. Muitas pessoas acreditam que o açúcar está presente apenas em doces e bolos, mas até refrigerantes apresentam um alto teor de açúcar e precisam de um consumo moderado. 

O metabolismo do açúcar pode provocar a liberação de serotonina, neurotransmissor associado à sensação de bem-estar, o que pode levar ao desenvolvimento de comportamentos semelhantes a vícios. Essa dinâmica contribui para o aumento do consumo, com consequências sérias para a saúde.

Pesquisadores da China e Estados Unidos associaram o consumo excessivo do açúcar com pelo menos 45 resultados negativos para a saúde. Entre elas, incluem-se: diabetes, gota, obesidade, pressão alta, ataque cardíaco, derrame, câncer, asma, cárie dentária, depressão e morte precoce. Essas condições são as mais recorrentes em atendimentos de saúde e estão relacionadas ao alto consumo de produtos açucarados. 

A escolha do tipo de açúcar também gera dúvidas. O açúcar mascavo, por exemplo, é menos processado e retém mais nutrientes em comparação ao açúcar refinado. Quanto aos adoçantes, ainda não existem evidências conclusivas que demonstrem efeitos nocivos à saúde, desde que utilizados nas quantidades recomendadas.

Pacientes com sobrepeso ou histórico familiar de diabetes são aconselhados a realizar exames para medir os níveis de glicose no sangue, especialmente aqueles com mais de 40 anos. O diabetes, embora relacionado ao consumo de açúcar, é influenciado por fatores genéticos e pelo excesso de gordura corporal, particularmente na região abdominal.

Diante dos riscos associados ao consumo excessivo de açúcar, é fundamental revisar a alimentação e os hábitos de vida. Uma dieta equilibrada, com pouca presença de produtos industrializados, é essencial. A prática regular de atividades físicas também é crucial para a manutenção da saúde.

Para diminuir o consumo excessivo, prefira água com rodelas de frutas em vez de bebidas açucaradas e escolha frutas frescas ou congeladas como sobremesa em vez de bolos e sorvetes. Cozinhar em casa com mais frequência é uma excelente forma de reduzir a ingestão de açúcar.

Além disso, é importante que os rótulos dos alimentos informem claramente a quantidade de açúcar. A publicidade deve ser avaliada com cuidado, especialmente aquelas que promovem alimentos ricos em açúcar para crianças, incentivando hábitos alimentares pouco saudáveis.