O ex-presidente Jair Bolsonaro, impedido de deixar o Brasil devido a restrições legais, confirmou que enviará seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para acompanhar as eleições nos Estados Unidos, marcadas para o dia 5 de novembro. A confirmação da viagem foi feita durante uma conversa entre Bolsonaro e a brasileira Nayara Andrejczyk, que se encontrou com Donald Trump em um evento de campanha em um McDonald’s no último domingo (20/10). Na chamada, Bolsonaro expressou seu entusiasmo e a certeza de que Eduardo terá um papel importante durante o evento.

Relação próxima de Eduardo com Trump

Eduardo, conhecido como o “03” da família Bolsonaro, foi convidado a acompanhar as eleições por apoiadores de Trump, refletindo a estreita relação entre o ex-presidente americano e os Bolsonaro. Durante a conversa, Jair Bolsonaro ressaltou a amizade de seu filho com Trump, afirmando que ele “se dá muito bem” com o ex-presidente. A viagem de Eduardo não será a única, pois também está confirmado que Carlos Portinho, líder do PL no Senado, estará presente nos Estados Unidos. Portinho já comunicou à mesa diretora do Senado que não retornará ao Brasil até o dia 7 de novembro, indicando uma mobilização significativa por parte do PL para acompanhar as eleições americanas.

A razão pela qual Jair Bolsonaro não pode viajar para os EUA está ligada a uma decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou a retenção de seu passaporte em meio às investigações sobre um suposto golpe de Estado após as eleições de 2022. Diante dessa situação, a participação de Eduardo se torna uma estratégia para manter a presença da família Bolsonaro em um evento político de grande relevância, especialmente considerando a amizade e o apoio mútuo entre Jair e Donald Trump.

Expectativas para as eleições americanas

Durante a conversa com Nayara, Bolsonaro também abordou a importância da eleição de Trump para o Brasil. Ele acredita que uma vitória do ex-presidente americano terá um impacto direto nas eleições brasileiras de 2026, onde será escolhido um novo presidente da República. Jair Bolsonaro afirmou que, embora seu partido esteja presente em nove estados na reta final das eleições municipais, a atenção deve se voltar para a eleição americana, considerando-a mais significativa para o futuro político do Brasil.

Em relação às eleições nos EUA, pesquisas recentes do Washington Post e da Schar School indicam que os eleitores nos estados-pêndulo estão divididos entre Kamala Harris e Donald Trump. Os dados coletados entre 30 de setembro e 15 de outubro mostram que a porcentagem de eleitores que “definitivamente” ou “provavelmente” apoiarão cada candidato está muito próxima, dentro da margem de erro para cada estado. Essa incerteza nos estados-pêndulo, que incluem Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin, ressalta a competição acirrada entre os dois candidatos.

Além disso, a pesquisa revela que cerca de 21% dos prováveis eleitores nos estados-pêndulo ainda não se comprometeram totalmente com nenhum dos candidatos, sendo muitos deles jovens ou eleitores de cor. A divisão entre os apoiadores de Harris e Trump é um sinal claro de que as eleições americanas deste ano serão particularmente competitivas e podem ter implicações significativas para a política global, incluindo o Brasil.

Com a proximidade da data eleitoral, a presença de Eduardo Bolsonaro nos EUA pode simbolizar não apenas o apoio contínuo à candidatura de Trump, mas também um esforço estratégico da família Bolsonaro para manter a relevância política e fortalecer laços com os Estados Unidos, à medida que se aproxima um novo ciclo eleitoral no Brasil.