Sintego anuncia manifestação em apoio a professora exonerada
Sintego realiza protesto em Goiânia para apoiar professora e exigir direitos trabalhistas
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) anunciou para o dia 6 de novembro uma manifestação em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Goiânia, com início às 9h. A mobilização ocorre em fato à demissão da professora Roberta da Silva Batista da Silva, de 28 anos, que questionou a secretária Fátima Gavioli sobre direitos dos docentes em um vídeo ao vivo. O sindicato, representado pela sua presidente, Bia de Lima, confirmou o ato.
A missão de Roberta foi recebida com indignação pela Sintego, que ultimamente o caso como possível assédio moral. O ato convocado para a próxima semana visa protestar contra o que o sindicato considera tratamento inadequado aos trabalhadores da educação. Além do caso da professora Roberta, o Sintego busca também exigiu mudanças amplas na gestão educacional do estado.
A manifestação exigirá um plano de carreira para os profissionais da educação, a valorização dos trabalhadores administrativos, o fim da tributação de aposentados e o apelo de aprovados em concursos públicos. “Basta de assédio moral”, afirmou Bia de Lima, pontuando que o sindicato se manterá firme na defesa dos educadores.
O episódio teve início em 24 de outubro, quando Roberta questionou, em uma transmissão ao vivo, a secretária sobre a possibilidade de professores contratados acompanharem seus filhos em consultas médicas. Fátima Gavioli respondeu ao comentário com descontentamento. “Você não é obrigado a trabalhar, não”, declarou, afirmando que quem não concorda com a regra deveria pedir exoneração, justificando que a lei federal restringe concessão de licenças para contratados.
Quatro dias após a transmissão, Roberta foi desligada de sua carga. Para o Sintego, o ocorrido reflete um caso de retaliação e perseguição, embora a Seduc tenha negado essa motivação. Em nota, a Secretaria de Educação argumentou que a demissão de Roberta seria dada pelo fim de seu contrato, que teria prazo máximo de cinco anos.
Roberta lecionava Geografia no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Santa Bárbara, no município de Padre Bernardo. Atuando na rede estadual desde 2018, a professora tirou licença-maternidade em 2023, retornando ao trabalho em 2024. Em agosto deste ano, precisou levar seu filho de 11 meses a uma consulta médica, o que motivou o questionamento à secretária.
A educadora relata que foi informada de sua missão quando chegou à escola na segunda-feira, 28 de outubro. O comunicado informava que o contrato estava encerrado e havia sido rescindido. Roberta buscou explicar na regional de Águas Lindas, onde apresentou uma lista de contratos finalizados. Contudo, seu nome não constava na planilha, e ela foi informada de que a decisão veio diretamente de uma reunião entre o coordenador e a secretária.
A professora acredita que sua exoneração pode estar relacionada à interação na vida, e diz que no estado é comum que contratos vencidos sejam estendidos até o fim do ano letivo. “Parece perseguição. O ano já está no fim, e os alunos vão ficar sem professor”, lamentou Roberta.
Até o momento, segundo a professora, a Seduc não fez contato ou ofereceu respostas diretas sobre o caso. Apenas o Sintego recebeu apoio, especialmente educador.