Especialistas descobrem técnica eficaz para otimizar exercícios e caminhadas
Na pesquisa, dez voluntários foram acompanhados enquanto caminhavam em uma esteira, com variações de velocidade e pausas que duravam de três segundos a quatro minutos; entenda
Fazer pausas durante caminhadas pode ser mais benéfico do que se imagina. Um novo estudo revela uma descoberta que pode mudar a forma como pensamos sobre exercícios físicos. Em vez de caminhar de forma contínua, a ciência sugere que pequenas interrupções no percurso podem provocar resultados surpreendentes no corpo humano, principalmente quando o assunto é queima de calorias.
Conduzido pela Universidade de Milão, o estudo intitulado “Move less, spend more: the metabolic demands of short walking bouts” foi publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B. Na pesquisa, dez voluntários foram acompanhados enquanto caminhavam em uma esteira, com variações de velocidade e pausas que duravam de três segundos a quatro minutos. O objetivo era monitorar o consumo de oxigênio e as demandas metabólicas em cada situação.
Maior Consumo de Oxigênio em Pausas Curtas
Os resultados mostraram que fazer pausas curtas de dez a 30 segundos exigia até 60% mais oxigênio do que caminhar de forma ininterrupta pela mesma distância. Segundo Francesco Luciano, o principal pesquisador do estudo, essa demanda energética adicional se assemelha ao consumo extra de combustível por um carro ao ser ligado repetidamente.
A principal explicação para o aumento no consumo de oxigênio é o esforço necessário para retomar o movimento após uma pausa. Quando o corpo inicia a caminhada a partir do repouso, uma quantidade significativa de energia é gasta para reativar os sistemas metabólicos, o que contribui para a maior queima calórica.
Benefícios para Pessoas com Mobilidade Limitada
Os pesquisadores acreditam que esses achados podem ser especialmente úteis para pessoas com mobilidade limitada, como indivíduos com lesões ou obesidade. Incorporar pausas durante caminhadas pode ajudar a otimizar a prática de exercícios para essas populações, tornando-as mais inclusivas e eficazes na queima de calorias.
Além disso, a pesquisa pode ter implicações na reabilitação de pacientes com condições clínicas como derrames, que muitas vezes apresentam dificuldades em manter uma atividade física contínua. Utilizar pausas curtas pode ser uma forma de aumentar os benefícios dos exercícios sem sobrecarregar o corpo.
A equipe de pesquisadores espera que as descobertas também influenciem a orientação de atividades físicas para outros grupos, como gestantes, que frequentemente são incentivadas a caminhar para melhorar sua saúde e a dos bebês. Pausas breves poderiam potencializar os efeitos dessas caminhadas.
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