Rubén Dario da Silva Villar, conhecido na região como “Colômbia”, foi apontado pela Polícia Federal (PF) como o mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Os crimes ocorreram em 5 de junho de 2022, no Vale do Javari, um local marcado por tensões entre atividades ilegais e a proteção dos direitos indígenas.

Na área da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, “Colômbia” é uma figura conhecida e temida. Ele atuava como segurança particular, mas também é investigado por liderar um esquema de pesca ilegal dentro da reserva indígena. A PF identificou Rubén Dario como o líder de uma associação criminosa armada, responsável pela comercialização e exportação de pescado para países vizinhos.

As investigações revelaram que, além de seus envolvimentos em atividades ilegais de pesca, “Colômbia” estaria vinculado ao tráfico internacional de drogas, utilizando sua influência sobre comunidades locais para facilitar a extração ilegal de recursos. Relatos de moradores e autoridades locais indicam que ele exercia um controle significativo sobre a região.

Após os assassinatos, Rubén Dario se apresentou à polícia, negando qualquer relação com os crimes e tentando comprovar sua inocência com documentos inconsistentes sobre sua identidade. Em julho de 2022, ele foi detido por apresentar documentos falsos, mas foi liberado em outubro sob fiança. Entretanto, a liberdade foi curta; em dezembro, ele foi novamente preso por descumprir as condições da prisão domiciliar.

Leia mais: PF aponta ‘Colômbia’ como mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips

Atualmente, “Colômbia” continua encarcerado. Em um relatório final enviado ao Ministério Público do Amazonas, a PF confirmou sua acusação como mandante dos assassinatos de Bruno e Dom, um desdobramento que ressalta a gravidade da situação no Vale do Javari e a luta pela justiça em um contexto de violência e impunidade.