Moradores acusam governo da Espanha de não ter emitido alertas da chuva
O número de mortes devido às inundações subiu para 222, sendo a maioria delas na região de Valência, Espanha
Uma nova tempestade causou estragos na região de Barcelona, na Espanha, nesta segunda-feira (4). No aeroporto El Prat, a chuva foi tão intensa que, em apenas quatro horas, caiu o equivalente ao que normalmente seria registrado em três meses. Um vídeo circulando nas redes sociais mostrou trabalhadores tentando conter a água que vazava do teto, enquanto uma grande poça se formava ao redor.
Quase 50 voos foram cancelados ou sofreram longos atrasos, e vários outros foram desviados. Em Tarragona, a quase 250 km de Valência, o leito do rio transbordou, agravando ainda mais a situação. O número de mortes devido às inundações subiu para 222, sendo a maioria delas na região de Valência. As equipes de resgate estão agora focadas em áreas mais críticas, como garagens subterrâneas e porões.
Moradores de Valência acusam o governo de negligência, alegando que não houve alertas adequados sobre a tempestade e que o socorro demorou a chegar. Em resposta à emergência, um navio militar chegou com veículos destinados a operações de resgate. Além disso, cerca de 3 mil casas ainda estão sem energia elétrica, e 17 mil agentes de segurança estão em busca de desaparecidos.
No domingo (3), a situação piorou quando moradores, indignados com a demora das autoridades, lançaram lama contra os representantes do governo da Espanha. A rainha Letícia, visivelmente emocionada, apareceu com o rosto sujo de barro ao ver os danos causados pela tempestade. O primeiro-ministro Pedro Sánchez também foi alvo de ataques durante a visita e precisou ser retirado por questões de segurança. O Ministério do Interior confirmou que ele foi agredido por um manifestante, e que os responsáveis pelo ataque são ligados a grupos de extrema-direita.