Militar relata discriminação por motorista de aplicativo
Um vídeo registrado pela câmera de segurança da casa da militar, mostra o momento em que ela se aproxima do carro acompanhada da filha e, ao tentar entrar no veículo; veja
Karolina Vieira, uma militar reformada da Força Aérea Brasileira, tem enfrentado não só os desafios diários de uma deficiência, mas também a discriminação em diversas situações cotidianas. Aos 39 anos, Karolina sofreu um grave acidente que resultou em uma lesão na coluna e a perda dos movimentos das pernas. Desde então, ela utiliza cadeira de rodas e, mesmo com a limitação física, segue levando uma vida ativa. Contudo, no último mês, a militar enfrentou uma situação que reabriu as feridas da intolerância.
No dia 11 de outubro, Karolina solicitou uma corrida por meio de um aplicativo de transporte para ir até um banco em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. No entanto, ao tentar embarcar no veículo, o motorista desistiu da corrida ao perceber que ela era cadeirante. A situação foi registrada por uma câmera de segurança e, no vídeo, é possível ver o momento em que a militar, acompanhada da filha, se aproxima do carro. Quando tenta entrar no veículo, o motorista arranca repentinamente e deixa a cena.
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Repercussão do caso
O episódio, que ocorreu em outubro, só foi formalizado pela vítima na delegacia no dia 29 do mesmo mês, quando Karolina registrou o boletim de ocorrência por discriminação de pessoa com deficiência. A militar explicou que, ao entrar em contato com o motorista, ele perguntou se a cadeira de rodas seria colocada dentro do carro. Após sua confirmação, o motorista informou que não faria a viagem e rapidamente deixou o local.
Em seu depoimento à polícia, Karolina revelou que essa não foi a primeira vez que sofreu discriminação ao tentar usar serviços de transporte por aplicativo. Ela relatou que, frequentemente, enfrenta situações em que motoristas se recusam a transportá-la, simplesmente por causa de sua condição física.
Polícia Civil investiga o caso
A Polícia Civil de Luziânia abriu uma investigação para apurar as circunstâncias do ocorrido. O caso foi registrado como discriminação de pessoa com deficiência, crime previsto pela Lei Brasileira de Inclusão. O incidente gerou grande repercussão nas redes sociais, com muitos usuários demonstrando apoio a Karolina e condenando a atitude do motorista.
Karolina, por sua vez, usou sua experiência para destacar a importância de combater o preconceito contra pessoas com deficiência, principalmente em serviços públicos e privados, que devem ser acessíveis a todos. Ela também informou que sua cadeira de rodas é desmontável e que pode ser facilmente acomodada dentro de um carro, o que tornaria a situação ainda mais injustificável.
Até o momento, o motorista não foi identificado publicamente, e a investigação segue em andamento. O caso de Karolina é mais um alerta para a necessidade de conscientização e respeito aos direitos das pessoas com deficiência, tanto na sociedade quanto no mercado de serviços, como o de transporte por aplicativo.