A Alemanha, maior economia da Europa, anunciou que vai antecipa eleições. As eleições legislativas antecipadas para 23 de fevereiro de 2025 após a dissolução da coalizão do governo de Olaf Scholz. A decisão, que envolve um acordo com o partido de oposição CDU/CSU, foi confirmada nesta terça-feira (12/11) por fontes do SPD. Scholz apresentará uma moção de confiança ao Bundestag em 16 de dezembro, com a votação marcada para dois dias depois.

Alemanha antecipa eleições devido a colapso

A ruptura da coalizão ocorreu na última quarta-feira, quando o ministro das Finanças, Christian Lindner, do Partido Liberal Democrático (FDP), foi demitido por divergências com Scholz. Desde então, o governo passou a ser liderado por uma aliança minoritária entre o SPD e os Verdes. No entanto, a saída do FDP eliminou a base majoritária do governo no parlamento, o que levou Scholz a antecipar o calendário eleitoral e buscar apoio para adiantar a moção de confiança.

Diante das negociações para resolver o impasse, o cenário político alemão se mostra ainda mais complexo. Enquanto as pesquisas indicam que a CDU/CSU pode obter mais de 30% dos votos, Friedrich Merz, líder do partido, se torna o favorito para suceder Scholz. No entanto, mesmo que conquiste o maior número de assentos, ele precisará formar alianças para obter uma maioria, dado o crescimento da extrema-direita. De acordo com levantamentos recentes, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) desponta como a segunda maior bancada, o que dificulta a formação de um governo de centro-direita.

A crise ocorre em um momento crítico para a economia alemã, que enfrenta uma desaceleração industrial e incertezas comerciais devido a possíveis mudanças políticas globais, especialmente a possível reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Scholz inicialmente planejava uma moção de confiança para 15 de janeiro, com eleições em março. Contudo, sob pressão do SPD e da oposição, optou por acelerar o processo e definir uma data mais próxima para as eleições.

Com isso, o governo alemão enfrenta desafios para a aprovação do orçamento de 2025, cuja discussão final está prevista para novembro, e sobre políticas migratórias que dividem a coalizão. Em função das tensões acumuladas, Scholz afirmou que vai liderar a campanha do SPD para tentar reverter a perda de popularidade antes das eleições.

A Alemanha, tradicionalmente estável em suas alianças políticas, se vê em um cenário inusitado. Scholz havia planejado manter a coalizão até as eleições programadas inicialmente para 28 de setembro de 2025. Contudo, as divergências e disputas internas, especialmente sobre economia e imigração, desgastaram sua gestão e culminaram em um colapso que, enfim, adianta o processo eleitoral.