CUT defende fim da escala 6×1 enquanto PT e PSOL buscam consenso em PECs
Força Sindical alerta para falta de clareza no modelo sugerido pela deputada
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) declarou apoio ao fim da escala de trabalho 6×1 nesta terça-feira, 12, sem mencionar diretamente as propostas de emenda à Constituição (PEC) da deputada Erika Hilton (PSOL-RJ) e do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Em nota, a CUT reafirmou seu compromisso em defender os direitos dos trabalhadores, destacando a necessidade de eliminar a escala semanal 6×1 sem reduzir salários ou retirar direitos já conquistados em negociações coletivas.
Esse posicionamento da CUT ocorre enquanto parlamentares do PT e do PSOL tentam alinhar suas propostas na Câmara. A PEC de Reginaldo Lopes sugere uma redução da jornada de 44 para 36 horas, adaptando a escala de trabalho conforme a categoria. A proposta já passou pela coleta de assinaturas e está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com apoio de centrais sindicais. Lopes sugeriu que Hilton unifique sua PEC com a dele, mas fontes indicam que a deputada preferiria o contrário.
Internamente, a CUT vê na PEC de Hilton uma oportunidade para fortalecer o debate, mas alerta para possíveis fragilidades. A Força Sindical, por sua vez, criticou a proposta de Erika Hilton, apontando que o modelo de jornada não foi claramente especificado. Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou que o desenho inicial da PEC é vago quanto à definição da nova escala de trabalho. Já Paulinho da Força, histórico líder da central, manifestou preocupação de que a PEC possa gerar demissões em empresas que operam em quatro turnos.