Você já ouviu falar da semente de chia? Esse pequeno grão, muitas vezes adicionado a smoothies, iogurtes ou saladas, é conhecido por ser um superalimento. Rico em fibras, ácidos graxos e nutrientes essenciais, ele já é uma escolha popular para quem busca uma alimentação saudável. Agora, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, revelou que a chia pode ser ainda mais poderosa do que imaginávamos.

O estudo, publicado na revista Frontiers in Plant Science, foi além das propriedades nutricionais já conhecidas. Os cientistas conseguiram sequenciar completamente o genoma da semente de chia, descobrindo genes que a tornam promissora não só na prevenção de doenças, mas também no desenvolvimento de tratamentos médicos.

Entre as descobertas, estão 2.707 genes expressos na semente, muitos deles associados à produção de peptídeos bioativos. Esses compostos podem ajudar no controle de condições como hipertensão e diabetes tipo 2. Além disso, foram identificados 29 genes relacionados à produção de ácidos graxos poliinsaturados, conhecidos por reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e melhorar a saúde do coração.

Um superalimento no combate ao câncer

Outro ponto destacado pelo estudo é o potencial anticancerígeno da chia. Os ácidos graxos presentes na semente possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem ser exploradas em tratamentos contra o câncer. Além disso, a chia se mostrou eficaz na melhoria da saúde intestinal, graças ao seu alto teor de fibras, que ajudam a regular o trânsito intestinal e a controlar a glicose no sangue em pacientes com diabetes.

Aplicações na indústria e na ciência

As propriedades da chia não se limitam à nutrição. Os cientistas identificaram 93 genes responsáveis pelas suas características gelificantes, que permitem a formação de um gel ao entrar em contato com a água. Essa qualidade a torna atrativa para a indústria alimentícia, que pode utilizá-la em produtos com texturas diferenciadas e mais saudáveis.

Na indústria cosmética e farmacêutica, as propriedades antioxidantes e antimicrobianas das proteínas da chia também têm despertado interesse. Além disso, sua capacidade de crescer em solos menos férteis a torna uma cultura importante em um mundo cada vez mais impactado pelas mudanças climáticas.

Como incluir a chia no dia a dia

Além de seus benefícios, a chia se destaca pela versatilidade. Fácil de incorporar na alimentação, ela pode ser usada em smoothies (uma bebida obtida a partir da mistura de frutas, legumes ou vegetais), iogurtes, cereais, sopas e até no preparo de pudins. Outra opção é adicioná-la a receitas de pães e bolos para aumentar o teor de fibras e nutrientes.

Para aproveitar melhor seus benefícios, é recomendável hidratar as sementes antes de consumi-las. Ao absorver água, elas formam um gel que ajuda na saciedade e facilita a digestão, além de contribuir para uma alimentação equilibrada.

Apesar de sua popularidade crescente, a chia ainda é considerada uma cultura órfã — ou seja, menos estudada do que outros grãos, como arroz e trigo. No entanto, estudos como o da Universidade Estadual de Oregon destacam seu potencial.

O sequenciamento do genoma da chia não só abre portas para novas pesquisas, mas também pode contribuir para o desenvolvimento de produtos inovadores nas áreas de saúde, nutrição e sustentabilidade.

Ao colocar essa semente no prato, você não está apenas cuidando da sua saúde, mas também apostando em um alimento que pode revolucionar o futuro da ciência e da alimentação.

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