Debate sobre escala 6×1 prioriza saúde mental dos trabalhadores, diz secretário
Secretário da Fazenda declarou que é difícil medir os impactos econômicos de uma eventual mudança na jornada de trabalho no país
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou nesta segunda-feira (18/11) que o debate em torno do fim da escala 6×1 está mais relacionado ao bem-estar físico e mental dos trabalhadores do que a impactos econômicos.
Ele abordou o tema durante a apresentação do Boletim Macrofiscal, ressaltando a relevância do descanso em um cenário de crescente prevalência de ansiedade, depressão e burnout.
Segundo Mello, ainda não é possível medir com precisão os impactos econômicos de uma eventual mudança na jornada de trabalho no país.
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Ele afirmou que ganhos em produtividade podem facilitar o processo, mas reconheceu que as consequências econômicas não são fáceis de estimar de forma definitiva.
O secretário reforçou que não há evidências científicas conclusivas sobre os efeitos econômicos de alterações na escala 6×1. “Qualquer afirmação categórica sobre o que vai acontecer está mais no campo da crença do que no da realidade”, declarou.
Mello também destacou que mesmo as métricas de produtividade, frequentemente usadas para justificar mudanças trabalhistas, não são suficientemente precisas. Ele frisou que, embora melhorias na produtividade possam minimizar impactos, a questão exige análises cuidadosas.
Escala 6×1
A escala 6×1, amplamente adotada no Brasil, tem sido alvo de críticas por exigir seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso. O modelo é apontado como um fator que agrava problemas de saúde mental e física dos trabalhadores.
O governo ainda não definiu se fará alterações na escala, mas o posicionamento de Mello sugere que o bem-estar dos trabalhadores pode ser um critério central no debate. As discussões continuarão envolvendo tanto aspectos econômicos quanto sociais antes de uma decisão final.