Pesquisadores asiáticos identificaram o mecanismo que conecta o consumo excessivo de carne vermelha ao câncer colorretal, o terceiro tipo de câncer mais comum no mundo e o segundo mais mortal, atrás apenas do câncer de pulmão. O estudo foi publicado no final de outubro no periódico científico Cancer Discovery por cientistas de Singapura.

Embora a carne vermelha seja uma fonte rica em proteínas, vitaminas e minerais, seu consumo em excesso já havia sido associado a um risco maior de câncer. No entanto, o elo molecular que explica essa relação era desconhecido até agora.

De acordo com o estudo, o ferro presente na carne vermelha desempenha um papel crucial. Ele reativa a enzima telomerase por meio de uma proteína chamada pirina, contribuindo para o desenvolvimento do câncer. A telomerase, localizada nos telômeros – extremidades dos cromossomos –, regula a divisão celular. Em células normais, sua atividade é controlada, mas em células cancerígenas, a reativação permite divisões celulares ilimitadas, favorecendo a formação de tumores.

“Demonstramos como o ferro (Fe3+), em combinação com fatores genéticos, reativa a telomerase, fornecendo um mecanismo molecular para a associação entre altos índices de ferro e o aumento na incidência de câncer colorretal”, explicam os autores.

Quando as células são saudáveis, a atividade da telomerase é rigorosamente controlada. Porém, nas células cancerígenas, a reativação da telomerase permite que a célula se divida de forma ilimitada, favorecendo o crescimento do tumor maligno.

Com técnicas avançadas como análise de expressão genética e experimentos com ratos, os cientistas ofereceram evidências sólidas de que o ferro é um elemento-chave nessa relação. Assim, é válido ressaltar que o equilíbrio do consumo de carne vermelha na dieta para prevenir doenças graves, abre caminho para novos estudos sobre o impacto dos alimentos na saúde humana.

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