O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
consciência negra

Conheça algumas personalidades negras que fizeram história no Brasil

Seus legados são exemplos poderosos de resistência, força e determinação

Postado em 21 de novembro de 2024 por Yasmin Farias
Conheça algumas personalidades negras que fizeram história no Brasil
Foto: Reprodução

Ao longo da história do Brasil, muitas personalidades negras se destacaram em diferentes campos, como política, música, artes, literatura e ativismo, desempenhando papéis cruciais na luta pela inclusão social do povo negro. Esses indivíduos, com suas histórias de resistência, superação e coragem, ajudaram a pavimentar o caminho para a diminuição das desigualdades raciais e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Reunimos algumas dessas figuras notáveis, cujas contribuições foram fundamentais para o avanço da luta antirracista e pela liberdade no Brasil.

Uma das figuras mais emblemáticas dessa luta é, sem dúvida, Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão. Zumbi nasceu no Quilombo dos Palmares, em Alagoas, uma das mais importantes comunidades de resistência ao sistema escravocrata. O Quilombo foi um verdadeiro bastião de liberdade, onde milhares de pessoas, entre elas homens e mulheres escravizados que fugiram das fazendas, encontraram refúgio e, juntos, formaram uma sociedade autossustentável, longe da opressão dos senhores de escravizados. Estima-se que o Quilombo tenha abrigado cerca de 30 mil pessoas durante seu auge.

Outro nome fundamental na história do Brasil é Joaquim Maria Machado de Assis, amplamente considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Nascido em 1839, em um contexto de extrema pobreza e em uma sociedade onde a discriminação racial era muito forte, Machado de Assis enfrentou uma série de obstáculos para alcançar a notoriedade literária. Por muito tempo, sua origem negra foi negada ou minimizada, mas hoje é amplamente reconhecido como um homem negro, cujas obras refletem, de maneira crítica e profunda, as mazelas sociais e raciais de sua época.

Machado de Assis começou a trabalhar muito jovem, como aprendiz de tipógrafo, e foi um autodidata em sua formação literária. Aos 16 anos, ele publicou seu primeiro conto e, a partir daí, nunca mais parou de escrever, tornando-se um dos mais prolíficos e inovadores escritores brasileiros. Além de ser um escritor, Machado de Assis foi tradutor, jornalista, dramaturgo e, por sua relevância cultural e intelectual, fundou a Academia Brasileira de Letras, onde também exerceu o cargo de primeiro presidente.

Luís Gama é outra figura fundamental na história do Brasil, especialmente na luta pela abolição da escravidão. Nascido em 1830, em Salvador, Gama passou por uma infância marcada por grandes dificuldades. Filho de uma mulher negra liberta e de um pai aristocrata português, foi vendido como escravizado ainda criança. No entanto, sua inteligência e determinação o levaram a aprender a ler e escrever por conta própria. Através de muita luta, ele conseguiu sua alforria e se tornou um importante advogado, mesmo sem diploma. Gama dedicou sua vida à luta pela libertação de negros e negras, sendo responsável por libertar mais de 500 pessoas da escravidão. Seus poemas abolicionistas e seus escritos para a imprensa foram fundamentais para a disseminação de ideias abolicionistas no Brasil. Mesmo enfrentando o racismo da época, ele se destacou como intelectual e defensor dos direitos dos negros. Seu trabalho foi finalmente reconhecido de maneira oficial apenas em 2015, quando a Ordem dos Advogados do Brasil o reconheceu como advogado, mais de 130 anos após sua morte.

Finalmente, outro nome que se destaca no campo da literatura é o de Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira. Nascida em São Luís do Maranhão, em 1825, de pai negro e mãe branca, Maria Firmina enfrentou as dificuldades de ser mulher e negra em uma sociedade patriarcal e racista. Criada por uma tia, ela teve acesso à educação formal e, aos 25 anos, tornou-se professora. Sua principal contribuição para a literatura brasileira foi o romance Úrsula (1859), considerado o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil e o primeiro livro abolicionista da história literária nacional. Além de Úrsula, Maria Firmina publicou diversos contos e um livro de poesias, deixando um legado que, embora pouco reconhecido durante sua vida, foi fundamental para o desenvolvimento da literatura brasileira e para a luta pela liberdade e pelos direitos das mulheres e negros no Brasil.

Essas figuras históricas, entre outras, desempenharam papéis fundamentais na luta pela igualdade racial e pela liberdade do povo negro no Brasil. Seus legados são exemplos poderosos de resistência, força e determinação, e continuam a inspirar as gerações atuais a combater as desigualdades raciais e a promover um país mais justo e igualitário.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também