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quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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Goiânia lidera uso de vape entre homens na região Centro-Oeste

São 7,1%, apesar do uso do dispositivo ser proibido pela Anvisa

Postado em 21 de novembro de 2024 por Yasmin Farias
Goiânia lidera uso de vape entre homens na região Centro-Oeste
Foto: Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay

Goiânia lidera o uso de cigarros eletrônicos entre homens na região Centro-Oeste, conforme dados da Fundação do Câncer. A pesquisa indica que a capital goiana ocupa o primeiro lugar no consumo de vapes entre adultos do sexo masculino, com 7,1%, apesar do uso do dispositivo ser proibido pela Anvisa. Enquanto isso, Goiânia figura em penúltimo lugar no uso entre mulheres, com 2,9%. O estudo também revela que o Centro-Oeste tem o maior índice nacional de adolescentes que já experimentaram o cigarro eletrônico. Entre jovens de 13 a 17 anos, 27,4% dos meninos e 20,2% das meninas relataram o uso do dispositivo.

O alto índice de consumo de cigarros eletrônicos na região levanta sérias preocupações sobre a saúde pública. Dispositivos como vapes, pods e e-cigarros são prejudiciais à saúde, alertam especialistas em pneumologia. O pneumologista Marcelo Rabahi, diretor clínico do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, destacou os riscos do uso crescente desses dispositivos. Ele explicou que muitos usuários desconhecem os componentes do vape, que contém nicotina, substância responsável pela dependência. Rabahi ressaltou que a nicotina do cigarro eletrônico chega rapidamente ao cérebro, aumentando a necessidade de consumo e tornando-o mais viciante do que os cigarros tradicionais.

O médico também alertou sobre os danos causados pelos vapes, como doenças pulmonares e cardiovasculares. “Já foi comprovado cientificamente que esses dispositivos causam problemas, incluindo pneumonia aguda, algo que o cigarro convencional não provoca”, afirmou. Ele também explicou que o ar quente inalado durante o uso do dispositivo pode causar lesões no pulmão, que são muitas vezes imperceptíveis no momento.

A longo prazo, o uso de vapes pode levar a doenças como bronquite crônica, enfisema e até câncer de pulmão. “O cigarro eletrônico não tem nada de recreativo”, concluiu Rabahi.

Combate ao comércio ilegal de vapes em Goiás

Apesar da proibição da comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil, o comércio ilegal continua sendo uma preocupação. A Polícia Militar e a Receita Federal têm intensificado as apreensões de vapes contrabandeados.

Em 13 de novembro, a PM, por meio do Comando de Operações de Divisas (COD), apreendeu quase 4 mil cigarros eletrônicos contrabandeados, que seriam distribuídos na Região Metropolitana de Goiânia. Em uma operação realizada no início de novembro, mais de 1,5 mil cigarros eletrônicos e essências, avaliados em R$ 300 mil, foram confiscados. As investigações apontaram que os criminosos usavam documentos falsos e “laranjas” para a distribuição ilegal.

Em maio deste ano, a Polícia Civil apreendeu mais de 10 mil vapes em lojas no Camelódromo de Goiânia, avaliados em R$ 1 milhão. Na ocasião, dois libaneses foram presos em flagrante, suspeitos de liderar o comércio ilegal de cigarros eletrônicos.

Crescimento do consumo de vapes no Brasil

Recentemente, um levantamento do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) revelou que o número de brasileiros que usam cigarros eletrônicos regularmente cresceu significativamente. Em 2023, 2,9 milhões de pessoas no país afirmaram consumir vapes, um aumento de cinco vezes em relação ao ano anterior.

A comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas no Brasil desde 2009. Em 2024, a Resolução RDC n° 855/2024 reafirmou essas proibições, ampliando as restrições ao armazenamento, transporte e uso do dispositivo em locais fechados, públicos ou privados, após análise dos riscos à saúde pública.

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