Idoso morre em Goiânia enquanto aguardava vaga de UTI determinada pela Justiça
Aposentado faleceu após esperar transferência para UTI durante cinco dias
O aposentado Severino Ramos Vasconcelos Santos, de 63 anos, faleceu neste sábado (23), em Goiânia, enquanto aguardava vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele é a terceira pessoa a morrer na cidade à espera de atendimento em uma semana.
Severino deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu após sofrer uma queda que fraturou fratura no fêmur. Durante a internação, o estado de saúde piorou, evoluindo para anemia, broncopneumonia, embolia pulmonar e insuficiências respiratórias. Ele ficou internado na unidade por cinco dias.
Na sexta-feira (22), a Justiça determinou que o paciente fosse transferido para um leito de UTI em até quatro horas. A decisão foi baseada em relatório médico que indicava suspeita de tromboembolismo pulmonar (TEP) e necessidade urgente de suporte intensivo. A Justiça também localizou que, na falta de leitos públicos, o paciente fosse internado em hospital particular com custos cobertos pelo SUS.
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A primeira da idosa, Lúcia Cleide Leão, relatou que uma família recorreu ao Ministério Público para tentar acelerar a transferência. Segundo ela, a decisão judicial não foi cumprida a tempo, e Severino faleceu às 7h15 deste sábado. “A gente tentou de tudo. Não consegue evitar isso”, disse.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que Severino estava sob os cuidados da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). Segundo a SES, apesar de o mapa de leito indicar vagas disponíveis, a regulação considera a gravidade e o perfil dos pacientes.
Os hospitais normativos da SES incluem o Hospital Geral de Goiânia (HGG), voltado para casos eletivos ortopédicos, o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), com foco em doenças infectocontagiosas, e o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugol), que atendem prioritariamente pacientes sepulturas do pronto-socorro.
A decisão judicial prévia multa de R$ 5 mil por hora de descumprimento, limitada a R$ 50 mil. Estado e município foram intimidados, mas a transferência não ocorreu.
A SES afirmou que a busca por vagas continuava até o momento do óbito. A nota completa está disponível ao final do texto.