Diante da crise nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), provocada pela escassez de leitos nos hospitais da capital goiana e do colapso emergencial nos atendimentos, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), prometeu compromisso integral para enfrentar o problema.

Na última segunda-feira (25), Mabel se reuniu com Wilson Pollara, Secretário Municipal de saúde, Rasível dos Santos, Secretário Estadual de saúde, membros da sua equipe de transição e da equipe do atual prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) e representantes do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

O prefeito eleito garantiu que novas vagas nas UTIs de Goiânia surgirão. Mabel afirmou que já está trabalhando para minimizar os principais problemas da capital goiana, antes mesmo de assumir a gestão da prefeitura, em janeiro de 2025.

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SES-GO) afirmou, via nota, que o município tem mais de 200 leitos e que 20 novos leitos serão abertos na Santa Casa de Misericórdia nos próximos dias. Porém, a SES atribuiu ao problema da falta de leitos a “sobrecarga da regulação estadual, que extrapolam a capacidade municipal”.

Além disso, outro problema é a ausência de pagamentos para fornecedores. A SES-GO afirma que a dívida da pasta é de R$ 139 milhões. Entretanto, o valor diverge da estimativa do MP-GO, que calcula algo em torno de R$ 250 milhões.

Para minimizar os danos causados, Mabel costurou um acordo junto ao governo do Estado para garantir o pagamento aos fornecedores. “Estamos renegociando contratos com hospitais e fornecedores para obter preços reduzidos e mais serviços com menos dinheiro. Garantimos que os pagamentos pendentes serão auditados e quitados. O apoio do governador Ronaldo Caiado será essencial para viabilizar os repasses e estabilizar o sistema”, disse Mabel, em entrevista coletiva à imprensa após a reunião. 

Na coletiva, o prefeito eleito também tratou das buscas por aberturas de novos leitos na cidade. “Estamos agindo em três frentes: a gestão atual, a próxima gestão e a gestão estadual, para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leitos a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou Sandro.

Crise exposta

A crise enfrentada nas UTIs dos hospitais de Goiânia foi exposta de vez na última semana. Quatro pessoas morreram na espera por leitos na capital: um homem aposentado de 63 anos, um técnico de informática de 30 anos e duas mulheres – uma de 36 anos e outra de 29.

No último domingo (24), conforme mostrado pela reportagem do jornal O HOJE, Mabel convocou uma reunião de emergência para tratar da crise nas UTIs. “Saúde é prioridade. Vamos conversar com os prestadores para que os atendimentos sejam retomados. Meu compromisso desde a campanha foi cuidar da saúde e vou cumprir”, destacou o prefeito eleito na ocasião.

A SES-GO explicou que a regulação de novos leitos acontece de acordo com uma dinâmica que prioriza os pacientes em situações mais graves, analisando o perfil de cada um. É conforme os critérios médicos e logísticos que a redistribuição acontece, justificando assim as vagas disponíveis em alguns hospitais como o Hugol e HGG. (Especial para O Hoje)