Senadores pretendem processar europeus por difamar o agro
Senadores repudiam declarações difamatórias da agropecuária brasileira de companhias e movimentos de extrema direita franceses
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), líder de um dos maiores grupos parlamentares em defesa do agro no Senado, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), anunciou para um site de notícias que pretende acionar a justiça europeia aqueles que difamam o agro brasileiro na Europa. De acordo com a declaração do parlamentar, tal mecanismo seria para defender os padrões e a imagem da agropecuária brasileira, uma vez que afirma que contratou um escritório de advocacia na Bélgica para tratar do assunto.
A declaração vem em seguida de afirmações e ações de empresas, grupos ambientalistas e da extrema direita europeia de barrar a entrada de carnes do Mercosul nos países constituintes da União Europeia. Um caso recente que ganhou repercussão foi a proibição da importação de carne de origem sul americana por lojas da rede de supermercados Carrefour que é de origem francesa. Por causa disso, parlamentares brasileiros e grupos de classe como o sindicato dos frigoríficos anunciaram que irão cessar as vendas da proteína para a rede de supermercados no Brasil como um boicote à rede francesa.
Leia também: Mabel mobiliza 36 leitos de UTI para atender Goiânia
Além dessa ação, o deputado francês da extrema direita, Vincent Trébuchet (UDR), declarou em votação na França que a carne brasileira seria comparada a um lixo. Em resposta a isso, a Comissão de Agricultura do Senado (CRA), presidida pelo senador Alan Rick (União-AC) aprovou uma moção para repudiar as falas do parlamentar e pediu respeito à mercadoria brasileira. “O Brasil e seus produtores devem ser respeitados. O Código Florestal brasileiro é rigoroso e a agricultura respeita as regras ambientais.”
Além de Rick, o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) também compactuou com as falas do colega durante a sessão. “É inadmissível que falem isso da nossa produção bovina”, afirma. Essa richa entre a direita brasileira e a direita europeia parece mostrar uma rachadura entre os movimentos conservadores, uma vez que estes movimentos europeus se caracterizam por um protecionismo econômico e cultural.