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sábado, 30 de novembro de 2024
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Oropouche

Transmissão vertical do vírus Oropouche causa uma morte no Brasil

Estudo aponta transmissão vertical do vírus oropouche e possíveis complicações gestacionais

Postado em 30 de novembro de 2024 por Micael Silva
Transmissão vertical do vírus Oropouche causa uma morte Foto: Divulgação
Transmissão vertical do vírus Oropouche causa uma morte Foto: Divulgação

A transmissão vertical do vírus oropouche, causado pela picada do mosquito Culicoides paraensis, foi confirmada no Brasil. Um caso no Ceará mostrou que o vírus pode atravessar a placenta e infectar o feto durante a gestação.

O caso foi descrito em um artigo publicado no dia 30 de outubro no The New England Journal of Medicine. A paciente, com 30 semanas de gravidez, apresentou febre, calafrios, dor muscular e forte cefaleia. Testes confirmaram a infecção pelo vírus oropouche. Dengue, zika e chikungunya foram descartados.

O vírus foi detectado no cordão umbilical, na placenta e em tecidos fetais após análise detalhada. No dia 5 de agosto, foi confirmada a morte do feto. Os exames pré-natais anteriores à infecção não apontaram alterações no desenvolvimento do bebê.

Outro artigo, publicado em outubro no periódico The Lancet, destacou possíveis casos de transmissão vertical. Os estudos analisaram complicações, incluindo abortos e microcefalia, em estados como Acre, Pernambuco e Pará. Casos semelhantes seguem em investigação.

O vírus oropouche pertence à mesma família dos agentes que causam dengue, zika e chikungunya. Identificado na década de 1960, é comum na Amazônia, mas surtos recentes mostram expansão para outras regiões do Brasil. Em 2023, casos foram confirmados em estados do Sul.

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Pesquisas indicam que muitos casos antes classificados como dengue podem ter sido causados por oropouche. Segundo a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a subnotificação da doença dificultou o entendimento da sua distribuição e gravidade.

O vírus é transmitido pelo mosquito-pólvora após este picar pessoas ou animais infectados. Geralmente, os sintomas são febre, dor muscular e cefaleia. Contudo, há relatos de diarreia, dor abdominal e complicações neurológicas em casos raros.

Não há vacina ou tratamento específico para o oropouche. O diagnóstico é clínico e laboratorial. Diante de sintomas suspeitos, recomenda-se buscar assistência médica imediatamente.

Medidas de prevenção são essenciais. Elas incluem o uso de roupas compridas, aplicação de repelentes e instalação de telas de malha fina em portas e janelas. A limpeza de terrenos, removendo folhas e frutos em decomposição, também é importante para evitar criadouros do mosquito.

Os estudos reforçam a necessidade de vigilância e investigação em regiões afetadas. A transmissão vertical do oropouche amplia o desafio para o controle de epidemias no Brasil. Cientistas defendem novas pesquisas para compreender a extensão dos riscos durante a gravidez e avaliar estratégias para reduzir os impactos da infecção.

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