O processo de transição de governo em Anápolis, embora marcado por discussões e questionamentos, tem sido descrito pelas equipes de Roberto Naves (Republicanos) e Márcio Corrêa (PL) como tranquilo, sem atritos ou divergências significativas.

No entanto, há pontos de controvérsia, principalmente em relação aos cargos comissionados e à situação da educação, áreas que têm gerado debates acalorados entre os membros das equipes.

A principal área de tensão envolve o número de cargos comissionados, especialmente os chamados “assessores gerais”, cujo aumento tem gerado desconfiança na equipe de Corrêa.

Cargos comissionados

Segundo levantamento feito pela transição, o número desses cargos subiu de 653 para 1.056 entre 2018 e 2024, representando um crescimento de 61,7%. Esse aumento foi mais acentuado nos anos eleitorais de 2022 e 2024, o que, para a equipe de Corrêa, sugere que as nomeações possam ter sido usadas como moeda de troca para garantir apoio político.

Por outro lado, a equipe de Roberto Naves refuta essas acusações, afirmando que o aumento no número de comissionados se deve à necessidade de atender à demanda administrativa crescente e à reorganização de setores essenciais da Prefeitura.

Naves garantiu que os cargos foram distribuídos de forma técnica e que não houve favorecimento político ou troca de apoio por nomeações. “A transição está sendo feita de forma tranquila, sem qualquer conflito”, disse o prefeito, reiterando seu compromisso com uma gestão transparente até o fim de seu mandato.

Obras na educação

Outro ponto de atrito está relacionado à educação. A equipe de Márcio Corrêa tem buscado esclarecimentos sobre o andamento das obras nas escolas municipais e sobre questões como o transporte e a merenda escolar.

Em uma reunião recente, a equipe de Corrêa questionou a atual gestão sobre a situação das obras em andamento nas unidades de ensino e sobre o processo de licitação para a renovação da frota de ônibus escolares.

A gestão de Naves informou que está em processo de licitação para substituir uma frota de 14 ônibus escolares, mas ainda não forneceu detalhes sobre o andamento do processo.

Além disso, a equipe de transição solicitou informações sobre contratos de merenda escolar, buscando garantir que não haja interrupções nos serviços essenciais para o início do ano letivo de 2025. A Prefeitura, por sua vez, afirmou que está trabalhando para garantir a continuidade dos serviços, sem maiores impactos, e que a transição está sendo feita com total cooperação entre as equipes.

Defesa de Naves

Em meio às críticas, o prefeito Roberto Naves tem se esforçado para mostrar que não há qualquer divergência significativa com a equipe de Corrêa. Ele se reuniu com o prefeito eleito durante um evento público, reforçando que está à disposição para colaborar com o processo de transição.

“Estamos fazendo tudo o que é necessário para uma transição tranquila. Não há atritos entre as equipes. Estamos todos comprometidos com o bem de Anápolis”, afirmou Naves.

Márcio Corrêa terá pela frente um desafio de reconstruir a confiança da população em setores essenciais da administração pública, como saúde e educação, que estão no centro das preocupações. A expectativa é que, com a colaboração das equipes, os impasses sejam resolvidos de maneira tranquila, garantindo uma gestão eficiente para o futuro da cidade. (Especial para O Hoje)