Justiça solta donos de laboratório envolvido em transplantes de órgãos com HIV
6 pacientes foram contaminados com HIV
A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (10/12), a soltura de Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira e Walter Vieira, sócios do laboratório PCS Lab Saleme, envolvidos em transplantes de órgãos com HIV. Eles estavam presos devido ao envolvimento do laboratório em exames que resultaram na liberação de transplantes de órgãos com HIV.
A decisão foi tomada na parte da tarde, mas os sócios ainda aguardavam a expedição dos alvarás de soltura para deixar a prisão. O laboratório, que atua na realização de exames, foi interditado após a descoberta do escândalo. Segundo informações, seis pacientes da rede estadual de saúde foram contaminados com o vírus causador da Aids devido ao uso de órgãos infectados.
Falhas no transplantes de órgãos com HIV
Além dos casos relacionados aos transplantes, outros erros envolvendo o PCS Lab Saleme vieram à tona. Entre eles está o relato de uma jovem de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, que fez um exame de gravidez em 2022. O resultado divulgado pela internet indicava gestação, mas o documento retirado pessoalmente no laboratório apontava o contrário. Meses depois, um exame de ultrassom realizado em outro estabelecimento confirmou que ela estava grávida.
Outro caso envolveu a mesma jovem, que realizou um exame de Fator RH no mesmo ano. O resultado indicava que ela era RH O Negativo. Preocupada com a necessidade de tomar uma injeção de imunoglobulina, sua mãe revelou que, desde a infância, ela era RH O Positivo. Novos exames realizados em outros laboratórios confirmaram a informação da mãe.
As investigações apontaram falhas nos processos do laboratório, que resultaram em consequências graves para os pacientes. Com a interdição do estabelecimento, as autoridades de saúde buscam esclarecer o alcance dos erros e evitar novos incidentes.