A cantora carioca Luciene Franco, uma das vozes mais marcantes da música brasileira nas décadas de 1950 e 1960, faleceu nesta terça-feira (10), aos 85 anos. A notícia foi confirmada por Márcio Gomes, músico responsável pelo retorno de Luciene aos palcos após 15 anos de afastamento.

Em uma publicação nas redes sociais, Gomes destacou a luta da artista nos últimos meses e sua importância para a música brasileira. “Com grande tristeza, comunico o falecimento de nossa Luciene Franco. Foram quase setenta dias de luta! Está agora nos braços do Pai! Sua voz foi e será das mais lindas que já ouvi”, escreveu.

Luciene enfrentava complicações de saúde na coluna desde julho deste ano, conforme informado em suas redes sociais.

Trajetória de Luciene Franco

Luciene Franco iniciou sua carreira em 1957, na rádio carioca, lançando seu primeiro disco no mesmo ano. O trabalho incluía o bolero “Tarde Morena de Espanha”, de Luiz Bonfá, e o samba “Ave Maria”, de Vicente Paiva.

A cantora ganhou projeção ao se tornar uma das intérpretes favoritas de Ary Barroso, que a incentivou a se apresentar com o cantor Ernani Filho. Em 1958, Bonfá a indicou para trabalhar na TV Rio. Nesse período, gravou músicas como “Paz de Espírito” e “Eu Fui de Novo à Penha”.

Ainda nos anos 1950, a convite de Ary Barroso, participou do aniversário do então presidente Juscelino Kubitschek.

Em 1961, Luciene lançou “Ternura Antiga”, samba-canção escrito por Dolores Duran e Ribamar, que se tornou um de seus maiores sucessos. No mesmo ano, gravou o samba “Poema do Adeus”, de Luís Antônio.

Discografia

O primeiro LP da cantora, intitulado “A Notável”, foi lançado em 1964 e trouxe sucessos como “Diga Adeus e Vá”, “Chamando Você” e “Baião Triste”.

Luciene gravou ainda outros dois álbuns: “Lucienne é Amor” (1962) e “Pelos Caminhos do Mundo” (1963). Sua última gravação no período inicial da carreira foi a música “Tanto Amor Nunca Mais”, trilha sonora da novela “Cuca Legal”, exibida pela Globo em 1975.

Após um longo período longe dos palcos, Luciene retornou em 2018 com o tributo “Dalva de Oliveira 100 anos – Ao Vivo”. Em 2020, participou do álbum “Um Personagem Chamado Ivon Curi”, em homenagem ao cantor e compositor brasileiro.