Mais caixas eletrônicos de Bitcoin: o crescimento do mercado de criptoativos no Brasil
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O Brasil é um dos países com maior interesse em criptomoedas na América Latina. Isso fica visível tanto na infraestrutura que facilita o uso desses ativos, como os caixas eletrônicos de Bitcoin, quanto na adoção cada vez maior pela população e no volume de transações envolvendo ativos digitais. De acordo com o CoinATMRadar, o Brasil conta atualmente com nove caixas eletrônicos de Bitcoin.
Localizados estrategicamente em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis, São Bernardo do Campo e Bauru, esses dispositivos oferecem a possibilidade de comprar e vender criptomoedas de maneira simplificada, conectando o mundo digital ao físico. Esse número representa um crescimento importante, considerando que, em 2021, o Brasil tinha apenas quatro caixas automáticos de Bitcoin.
Apesar disso, o país ainda está atrás de seus vizinhos em termos de quantidade. A Colômbia, por exemplo, lidera na América Latina com 46 caixas eletrônicos, seguida pelo Panamá, com 17, e a Argentina, com 13. No entanto, o Brasil tem mostrado um ritmo de crescimento consistente e maior interesse em ampliar sua infraestrutura.
Graças a isso, há cada vez mais e melhores criptomoedas para investir hoje. No Brasil, a aceitação das criptomoedas vai além da infraestrutura. Um relatório da Chainalysis de 2024 revelou que o Brasil ocupa a nona posição global no índice de adoção de criptomoedas, sendo o único país da América Latina no top 10. Estima-se que mais de 17% da população brasileira, cerca de 38 milhões de pessoas, utilizem criptomoedas para diferentes finalidades, como investimentos, pagamentos e proteção contra a inflação.
A popularidade das criptomoedas no Brasil se deve, em grande parte, ao cenário econômico do país. A instabilidade do real, combinada com altas taxas de juros e inflação, fez com que muitos brasileiros buscassem alternativas para preservar seu patrimônio. O Bitcoin, em particular, é visto como uma reserva de valor confiável por grande parte da população.
Empresas como Coin Cloud têm um papel importante na expansão da infraestrutura de criptomoedas no Brasil. A Coin Cloud é responsável pela instalação de boa parte dos caixas eletrônicos de Bitcoin no país e planeja expandir ainda mais sua atuação, com foco em cidades de médio porte que ainda não possuem essa tecnologia.
Além disso, exchanges nacionais e internacionais têm investido pesado no Brasil, criando plataformas mais acessíveis e seguras para atrair novos usuários. Exchanges como Binance, Mercado Bitcoin e Bitso lideram o mercado nacional e oferecem serviços diversificados, desde trading até staking e empréstimos com criptomoedas.
O mercado brasileiro de criptomoedas tem apresentado números impressionantes em volume de transações. Em 2024, entre janeiro e setembro, os brasileiros movimentaram R$ 363,2 bilhões em criptomoedas, superando os R$ 284,4 bilhões registrados em todo o ano de 2023. Esse aumento de 27% reflete o aumento do interesse da população nos ativos digitais.
Segundo dados do Banco Central, o Bitcoin é a criptomoeda mais negociada no Brasil, seguido por Ethereum e stablecoins como USDT (Tether). As stablecoins, em particular, têm ganhado popularidade entre os brasileiros por sua estabilidade em relação ao dólar, servindo como uma alternativa para transações e investimentos.
Do total movimentado em criptoativos, as stablecoins dominaram as transações, com o Tether (USDT) representando 82% do volume em 2023. Além disso, as importações de criptoativos atingiram um recorde no ano passado, somando US$ 12,3 bilhões, um crescimento de 64% em relação aos US$ 7 bilhões registrados em 2022.
Apesar do crescimento e dos benefícios, o mercado cripto no Brasil ainda está se estruturando. Um dos principais problemas do setor é a falta de regulamentação clara. Embora o Congresso Nacional tenha aprovado um marco regulatório para o setor em 2022, muitas áreas ainda carecem de diretrizes específicas.
Em dezembro de 2022, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 14.478, conhecida como o Marco Legal das Criptomoedas, que estabelece diretrizes para a prestação de serviços de ativos virtuais e inclui no Código Penal a punição contra fraudes envolvendo criptomoedas. A lei entrou em vigor em junho de 2023, mas muitas áreas ainda carecem de regulamentações específicas.
Por outro lado, o Banco Central e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) têm trabalhado para criar um ambiente mais seguro para investidores e empresas. O projeto do Real Digital, uma moeda digital do Banco Central, também é visto como uma maneira de integrar a tecnologia blockchain ao sistema financeiro tradicional.
Globalmente, o Brasil está ganhando destaque como um dos principais mercados emergentes em criptomoedas. Com mais de 38.000 caixas eletrônicos de Bitcoin espalhados por 67 países, segundo o CoinATMRadar, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, mas tem muito potencial de crescimento.