Procedimentos de Lula trazem a luz possíveis problemas de saúde para reeleição em 2026
Se Lula sair de cena, Haddad e Alckmin devem disputar protagonismo
Na noite desta última quarta-feira (11), o mercado enviou uma mensagem clara com a piora do estado de saúde do presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com os dados, o dólar, que até aquele momento estava em uma alta histórica de R$ 6,08, despencou durante a noite do dia 11 quando fechou com apenas R$ 5,97. Também, alguns especialistas acreditam que pode sinalizar uma aposentadoria política precoce do mandatário para que talvez não dispute as eleições de 2026 devido a piora na situação de saúde.
Apesar disso, o Governo avalia como algo ainda muito cedo para que o presidente seja afastado de forma prolongada. Seguindo o cronograma médico, Lula deve receber alta nesta terceira semana de dezembro, enquanto isso, Geraldo Alckmin (PSB) é o presidente em exercício. Apesar disso, o cientista político e social, Lehninger Mota acredita que um embate entre Alckmin e Fernando Haddad para a próxima presidência seja possível.
De acordo com o especialista, ao O HOJE, o vice-presidente já é conhecido entre os parlamentares do centro e centro-direita. Enquanto isso, afirma que Haddad agradou certos aspectos do mercado pelos planos que fez até agora como ministro da Fazenda. Apesar disso, o ministro ainda necessitaria de apoio político para conseguir os votos necessários. “Poderiam ser nomes que conseguem ter essa entrada no centro. O Lula como puxador de votos das pessoas mais humildes e da esquerda, e eles com entrada mais ao centro poderiam ser bons nomes [para disputar].”
Ainda sobre isso, Lehninger acredita que Lula pode enfrentar resistência política caso Lula não se retire e a sua saúde piora à medida do tempo quando questionado. Inclusive, ele compara essa relação com a candidatura de Joe Biden nos Estados Unidos da América que enfrentou fortes críticas devido a sanidade mental do mandatário pela idade avançada, inclusive do rival e presidente eleito Donald Trump. “O Lula vai ter que avaliar como está a saúde e se não tiver 100% tem que ter esse desprendimento de deixar outra pessoa concorrer ao pleito apesar do PT ter esse problema de achar um nome”, afirma.
Apesar disso, o cientista acredita que essa possível aposentadoria seja algo muito cedo para especular.
“Ao mercado e avante”
Enquanto isso, essa recepção “positiva” diante do mercado ao presidente Lula é vista como um desdobramento da briga silenciosa que ocorre por traz dos bastidores para quem irá comandar a economia do país. Além disso, essa operação também coincidiu com a elevação da taxa base de juros durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste dia 11. A expectativa aumentou tamanha que o Ibovespa, ou seja, o índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3) fechou em alta com mais 1% com as notícias acerca do presidente e da elevação do juros.
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De acordo com o cientista, essa insatisfação ao comando econômico do país não é algo novo e vem desde que ganhou as eleições ainda em 2002. Além disso, Lehninger afirma que desde as campanhas de 1989 já havia um ‘temor’ em relação ao comando econômico do petista caso ganhasse as eleições. Por causa disso, lembra que o dólar operava em alta devido à entrada de Lula ao governo em 2003. “[O Lula] teve que colocar um grande empresário como seu vice [José Alencar] e o Henrique Meirelles como presidente do Banco Central, que era um cara de mercado e um grande banqueiro do Brasil.”
Apesar disso tudo, o cientista social lamenta para a equipe que o juros tenha subido apesar de não haver uma demanda para o controle da inflação que justificasse como o crescimento da economia e queda no desemprego. “[Falam] que aumentam os juros para reduzir a inflação, mas existe no tripé do mercado também a questão social que é muito relevante. Com os juros altos fica muito mais difícil para as pessoas que vão financiar sua casa ou seu carro que produtos de longo prazo. Todo mundo perde quem ganha e com isso é só quem tem título da dívida pública que é só os banqueiros e isso é muito ruim”. (Especial para O Hoje)