Cláudia Leitte é investigada pelo MP após denúncia de racismo religioso
Cantora trocou Iemanjá de música por “eu canto meu rei Yeshua”
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O Ministério Público da Bahia (MPBA) abriu um inquérito para investigar uma denúncia de racismo religioso contra a cantora Cláudia Leitte. A apuração ocorre após uma apresentação em Salvador, onde a artista teria alterado a letra da música Caranguejo, que contém uma saudação a Iemanjá, substituindo-a pela frase “eu canto meu rei Yeshua”, em referência a Jesus Cristo em hebraico.
Denúncia contra Cláudia Leitte
A denúncia foi formalizada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). Segundo o MPBA, o caso está sob responsabilidade da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. A investigação buscará determinar se houve violação a direitos culturais e às comunidades religiosas de matriz africana, além de apurar possíveis responsabilidades civis e criminais.
Críticas do secretário de cultura da Bahia
A atitude de Cláudia Leitte gerou críticas nas redes sociais e foi classificada como racismo pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho. Em uma publicação no Instagram, ele comentou o ocorrido:
“Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo.”
O MPBA informou que investigará se a alteração na letra configura um ato de intolerância religiosa e racismo. A promotoria avaliará também possíveis impactos do ato na preservação de bens culturais e nos direitos das religiões de matriz africana.
Até o momento, Cláudia Leitte não se pronunciou publicamente sobre o caso.