A aposta do MDB aposta para manter o protagonismo na capital
Partido ficou fora da disputa na capital, tende a não disputar a presidência da Câmara e, de quebra, ainda conta com uma tímida participação no quadro de auxiliares do novo prefeito de Goiânia
O MDB de Goiás, liderado pelo vice-governador Daniel Vilela, avalia diferentes estratégias para chegar forte nas eleições de 2026. Ciente do acirramento da disputa que se aproxima e diante do entendimento comum de que Vilela é o grande nome para a sucessão de Ronaldo Caiado (UB), o partido não pode errar a tacada.
No entanto, antes de olhar para 2026, é importante considerar as articulações que o partido deve fazer com base no resultado das eleições de 2024. De certa forma, pode-se dizer que o MDB saiu ‘vencedor’ das eleições deste ano, pois o candidato governista, Sandro Mabel (UB), foi o mais votado, o que, entre todos os cenários possíveis, era, de fato, o melhor para o grupo.
Apesar disso, é preciso dizer que o partido perdeu, e muito, protagonismo. O MDB sempre teve grande influência na política de Goiás. O partido, que já foi liderado por figuras como Iris Rezende e Maguito Vilela, venceu quatro dos últimos cinco pleitos para a prefeitura de Goiânia. O único que não venceu, ficou com a vice.
O legado do MDB lhe garante um poder de barganha considerável. Como mostrou o jornal O Hoje, esse é um dos motivos pelos quais muitas lideranças ficaram surpresas ao ver o partido totalmente fora da corrida eleitoral de 2024. A sigla, que em 2020 conquistou a vitória, não teve nem candidato a vice neste ano em Goiânia.
Leia mais: Goiânia reelege mais de 60% dos vereadores e terá 14 novos nomes na Câmara
No entanto, isso não significa que o MDB tenha ficado irrelevante no processo eleitoral. O partido foi fundamental para a eleição de Mabel como prefeito de Goiânia. Afinal, o político sabe que, em parte, deve sua vitória ao grupo de Daniel.
Apesar de não disputar a prefeitura, o MDB formou a maior bancada da Câmara Municipal. Esse poder, aliado a outros fatores que só o partido possui, poderia permitir a formação de um grupo forte para a sucessão de Romário Policarpo (PRD), o atual presidente da Casa. No entanto, isso também se tornou um sonho distante dos emedebistas.
É sabido que o atual presidente da Câmara já se articulou para garantir sua permanência no cargo, inclusive com o apoio do prefeito eleito. Como se não bastasse, o partido ainda conta com uma participação tímida na equipe de auxiliares de Mabel.
Por isso, a aposta é de que o MDB precisa mais do que nunca garantir uma união sólida entre suas lideranças. Nos bastidores da política local, o entendimento é que a única chance de o partido resgatar as rédeas da política local é se seus vereadores se manterem unidos e defenderem os interesses comuns do grupo. Se conseguirem fazer isso, certamente terão o apoio do novo prefeito em suas demandas.
Isso porque Mabel sabe o quanto a bancada do MDB na Câmara é importante para sua governabilidade. Como o maior grupo do parlamento, o MDB será peça-chave para a aprovação das matérias mais importantes no próximo ano. A avaliação dos ‘cabeças’ do grupo passa justamente pela máxima de que juntos serão mais fortes. Caso contrário, o MDB em Goiânia será tão logo visto como mais um partido no rol dos coadjuvantes e não mais dos protagonistas, como revelado em um passado não muito distante.