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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Clima tenso

“Ninguém ligou” para Márcio Corrêa para falar sobre decreto dos servidores

Medida impacta planos da adversária do prefeito no pleito de 2024, Eerizania Freitas. Figuras próximas ao prefeito acreditam que interlocutores da base governista podem tentar de reverter situação

Postado em 3 de janeiro de 2025 por Redação
Marcio Correa e Eerizania Freitas Foto Colagem
Marcio Correa e Eerizania Freitas Foto Colagem

Por Felipe Cardoso e Wilson Silvestre 

O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), não dá sinais de que deve voltar atrás em relação ao decreto que exige o retorno de servidores cedidos a outras funções para seus postos originais. Conforme apurado pela reportagem do O Hoje, ainda que um eventual recuo não seja descartado por figuras próximas ao novo gestor, neste momento a informação é que o político está inclinado a manter a decisão com firmeza. 

Na contramão do que tem sido ventilado entre agentes da política local, uma figura próxima ao prefeito contou à reportagem que Márcio não recebeu nenhuma ligação para tratar do assunto. “Ninguém o procurou para falar sobre isso. Nem o [Sandro] Mabel [prefeito de Goiânia], nem o [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás], ninguém”. 

Em uma avaliação particular, essa mesma fonte considerou que “dependendo de quem pedir” a decisão, no seu ponto de vista, pode ser revertida. Mas, reforçou, de novo, que “ninguém estabeleceu contato”.  

O imbróglio diz respeito a uma das primeiras medidas tomadas pelo prefeito da cidade em sua gestão: a de, como dito, devolver os servidores de carreira da prefeitura a seus cargos de origem. O decreto do prefeito impacta diretamente os planos de sua adversária no pleito de 2024 — aliada de primeira hora do seu antecessor, Roberto Naves. 

Acontece que Eerizania foi nomeada para integrar a equipe de Sandro Mabel na Capital. A ela foi designado o comando da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Assistência Social e Direitos Humanos. Porém, com o decreto de Corrêa, ela fica impedida de ocupar a função e obrigada, consequentemente, a retornar a posição de professora da rede municipal de Anápolis.

O decreto assinado por Corrêa fixa um prazo de 10 dias para ser cumprido. Para o prefeito, ele garante o funcionamento adequado da administração pública. “Todos os servidores devem estar nos postos de origem para que possamos entregar serviços públicos de qualidade à população. Essa medida visa reorganizar a gestão e valorizar o trabalho de cada profissional”, declarou à imprensa local. 

Leia mais: Gomide alerta para situação crítica no Hospital de Urgências de Anápolis

Nos bastidores da política anapolina, figuras ligadas ao grupo de oposição a Márcio Corrêa dizem que a medida é um claro sinal de retaliação do novo prefeito. Entendimento comum é de que integrantes da base caiadista entrem no circuito na tentativa de resolver a situação juntamente ao prefeito que tomou posse do cargo na última quarta-feira, 1. 

Figuras próximas ao mais novo gestor, porém, dizem que ele não tem demonstrado preocupação sobre o assunto e que está focado em resolver “os pepinos” deixados na prefeitura pelo seu antecessor. Um desses problemas se transformou, inclusive, em uma queda de braço recente entre ambos. A questão diz respeito à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Mulher, inaugurada no mês de dezembro pelo ex-prefeito. 

Assim que o substituiu na prefeitura, Corrêa fechou a unidade por suposta irregularidade no contrato com médicos e falta de alvará de funcionamento. Do outro lado, Naves descartou qualquer problema nesse sentido e atribuiu o fechamento a questões políticas.

Mas não só. Apesar do trabalho de transição realizado nos últimos meses, pessoas próximas ao prefeito apontam para a falta de informações precisas sobre os mais diferentes serviços prestados pela Prefeitura de Anápolis. “Eles simplesmente esvaziaram as gavetas, armários, arquivos, tudo”, se queixou uma figura do alto escalão. 

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