Sandro Mabel assume a gestão da Prefeitura de Goiânia em um período repleto de desafios. Entre os inúmeros obstáculos que a cidade enfrenta, um deles demanda atenção imediata: os buracos nas ruas e avenidas. Esse problema, que se intensifica durante a temporada de chuvas, gera transtornos, prejuízos e compromete a segurança de quem circula pela cidade. 

Os buracos, que variam em tamanhos e profundidades, estão espalhados por diversos bairros, convertendo as ruas em verdadeiros campos de minas. Desviar dessas armadilhas exige atenção redobrada e manobras perigosas, elevando o risco de acidentes e colisões.

Motoristas relatam um agravamento dos problemas no asfalto, especialmente nos últimos meses. Diante da previsão de continuidade das chuvas, a preocupação de quem transita diariamente por essas vias danificadas vai além dos prejuízos financeiros e problemas no tráfego, o temor por acidentes é constante. 

Um caso notório é o cruzamento entre a Avenida Piratininga e a Rua Ipomeia, localizado no Parque Amazônia, que ilustra a carência de infraestrutura, impactando negativamente quem transita pela área. Os buracos que invadem a pista tornam impossível para os motoristas desviarem, levando moradores locais a relatarem acidentes devido a essas crateras. A situação, que se torna ainda mais crítica com as chuvas, requer medidas urgentes por parte da nova administração.

Com centenas de buracos pelas ruas e avenidas, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) informou que está trabalhando para minimizar esses transtornos e que os locais afetados podem ser reportados através do aplicativo Goiânia 24 horas e pelo WhatsApp da secretaria.

Através de uma nota-resposta a Seinfra destacou ainda que em 2024, foram tapados cerca de 267 mil buracos em todas as regiões da cidade. Já só nos primeiros dez dias de 2025, foram cerca de 8 mil. São realizados via SAC da Seinfra uma média de 100 pedidos diários de tapa-buraco. 

Ainda segundo a pasta, uma força-tarefa da Prefeitura de Goiânia tem trabalhado no sentido de atender as solicitações em até cinco dias.  “Há um aumento considerável no número de ocorrências de buracos nas vias em período chuvoso, uma vez que a água da chuva se instala nas fissuras do asfalto, provocando sua quebra e a ocorrência de buracos. Somente com o recapeamento que vem sendo executado o problema será resolvido. Tapa-buracos é uma ação corretiva”, diz a nota. 

Eles explicam que o processo de execução ao serem solicitados para a manutenção do asfalto, consiste na limpeza do local danificado, requadramento, colocação e compactação da massa asfáltica. A secretaria acrescentou que a vida útil do Concreto Betuminoso Usinado à Quente (massa asfáltica), pode durar dependendo de diversos fatores: manutenção, tipo de tráfego, qualidade e condições climáticas. A duração da capa asfáltica utilizada em Goiânia varia de 5 a 10 anos.  

Operação tapa-buraco pretende ‘minimizar’ prejuízos 

Mabel se encontrou, na quarta-feira, 8 de janeiro, com representantes da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) e da Seinfra para exigir maior celeridade e comprometimento na realização das ações de tapa-buraco de Goiânia. 

“Nós temos 115 processos retidos, alguns com mais de 900 dias, para poder liberar para a Saneago fazer as passagens e o lançamento das obras. São quase R$ 300 milhões em obras que estão empacadas porque falta o processo. Ontem, quatro deles já estavam prontos e acabamos de assinar para entregar ao presidente da Saneago, um gesto da nossa disposição de fazer todos eles”, apontou Mabel.

O prefeito solicitou atenção especial a processos que estão “encalhados” e a 115 decretos que aguardam a execução das obras. À Saneago, Sandro pediu dedicação e rapidez para que o serviço de reparo nas ruas após intervenções aconteça em até 48 horas, conforme o prazo estipulado em contrato. 

O novo gestor ressaltou que os buracos nas ruas afetam não apenas o tráfego, mas também prejudicam a segurança e a qualidade de vida dos cidadãos. 

“Vamos montar um grupo de trabalho com representantes das pastas para dar celeridade aos processos”, adiantou o prefeito, ao defender a hierarquização de tarefas e priorização dos projetos mais urgentes. Segundo Mabel, a ideia é que o grupo se reúna diariamente, garantindo que qualquer dúvida ou questão relacionada aos processos seja rapidamente resolvida, o que garantirá respostas mais rápidas à população.

Em comunicação com a empresa terceirizada JS, responsável pelo tapa-buracos da Saneago, o prefeito exigiu a correta execução do serviço. Mabel enfatizou que o governo municipal vai investir 700 milhões de reais para ser gasto com recuperação asfáltica, e vai acionar a Agência de Regulação (AR) de Goiânia para monitorar o trabalho e que não hesitará em aplicar multas à empresa caso o serviço não seja realizado adequadamente.

O presidente da Saneago, Ricardo José Soavinski, também participou do encontro e reafirmou o compromisso com a “busca pela eficiência máxima, inclusive na recuperação dos cortes de asfalto que normalmente têm vazamento ou alguma nova ligação”.  Ao defender esforços para aperfeiçoar os trabalhos, Soavinski, lembrou que a Saneago já universaliza a cidade em água e esgoto.