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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
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Calamidade

Por falta de evidências, decretos de calamidade são retirados de pauta na Alego

Deputados querem posição do TCM sobre situação fiscal dos municípios interessados antes de voltarem pedidos

Postado em 15 de janeiro de 2025 por Thiago Borges
Por falta de evidências, decretos de calamidade são retirados de pauta na Alego
Foto: Maykon Cardoso/Alego

Os decretos de calamidade pública na Secretaria Municipal da Fazenda e da Secretaria Municipal da Saúde de Goiânia e do município de Mambaí, de autoria das respectivas administrações municipais, voltaram ao centro da discussão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na última terça-feira, 14. Contudo, na contramão do esperado, as propostas foram retiradas de pauta para que sejam analisadas com calma pelos parlamentares. 

O movimento foi desencadeado a partir de uma provocação do deputado Antônio Gomide (PT) que questionou a falta de evidências que comprovem a necessidade da medida. “O requerimento que foi feito e encaminhado pela prefeitura de Mambaí, por exemplo, alega que a situação é de calamidade pública, mas em nenhum momento apresenta um documento, uma fotografia ou qualquer outra coisa que comprove a existência de uma situação excepcional. Se votarmos dessa forma abriremos margem para que outros municípios façam a mesma declaração eventualmente sem necessidade”, disse.

E continuou: “O que queremos é que o TCM [Tribunal de Contas dos Municípios] se manifeste sobre as contas de Mambaí. Por isso, minha solicitação é pela diligência dessa matéria. Queremos que o Tribunal nos oriente nessa votação tão importante, haja vista que não há nenhum tipo de acidente climático naquela cidade. O que vejo é um impasse administrativo, então nada melhor que o Tribunal, que acompanha as contas, nos fornecer um parecer. Assim não ficaremos no debate político”. 

Na sequência, a deputada Bia de Lima (PT), endossou o discurso de seu companheiro de bancada. “Se nós começarmos a decretar calamidade sem ter uma comprovação da real necessidade vamos suplantar a responsabilidade do TCM no acompanhamento das contas. Nós não conhecemos de perto a situação para votarmos assim, de forma açodada. Se for assim, não tenho dúvidas que muitos outros virão aqui com o mesmo pedido. Precisamos ter zelo e responsabilidade com esse tipo de decisão”. 

Já o deputado Alessandro Moreira (PP), representante da região, discorda dos colegas e tentou defender o texto. “Vemos com grande preocupação a  situação da região. O município está sofrendo com a situação financeira e somado a isso preciso acrescentar que a região tem sofrido muito nos últimos dias com as fortes chuvas. Algumas cidades estão em situação calamitosa, com valas abertas e precisando de apoio para que a situação seja resolvida. Ou seja, essa medida, que é drástica, entendo, se justifica não só pela questão financeira, mas pela questão climática”, pontuou. 

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Depois, o líder do governo, deputado Talles Barreto (UB), pediu a palavra e pediu para que o presidente da Comissão, deputado Wagner Camargo Neto (Solidariedade), sobrestasse os projetos. “Vamos ver junto ao Tribunal de Contas a situação do município. Caso contrário corremos o risco de esse tipo de pedido virar a ‘farra do boi’. Muitos são novos gestores e vão alegar dificuldade no início do mandato”, encerrou. 

Mais um

No mesmo encontro foi anunciada a chegada de um novo decreto de calamidade à Casa de Leis. Trata-se de uma iniciativa da prefeitura de Guarinos. Segundo o deputado Wagner Camargo Neto (Solidariedade), que é presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e foi quem anunciou a chegada do documento, “a cidade está numa situação calamitosa”, disse antes de explicar que a cidade conta com “uma ponte que divide a cidade ao meio e está condenada. Os engenheiros da Goinfra [Agência Goiana de Infraestrutura] não estão deixando atravessar [a ponte citada]. Uma parte da cidade também está desassistida na Saúde, na Educação, sem contar que o município tem várias casas alagadas”, complementou. (Especial para O Hoje)

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