Polícia Civil prende suspeito ligado à morte de delator do PCC
Kauê, identificado como o primeiro suspeito pela investigação, teve sua prisão decretada pela Justiça em novembro de 2024
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu nesta sexta-feira (17) um mandado de prisão temporária contra um jovem de 22 anos, no Tatuapé, suspeito de envolvimento no assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach, ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 8 de novembro do ano passado.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), o homem já havia sido preso em dezembro por policiais da Rota, mas foi liberado após audiência de custódia. Ele é investigado por associação ao tráfico de drogas e por ligações com Kauê do Amaral Coelho, apontado como olheiro do crime no aeroporto e atualmente foragido.
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Kauê, identificado como o primeiro suspeito pela investigação, teve sua prisão decretada pela Justiça em novembro de 2024. Segundo a SSP, ele estava no saguão do aeroporto no dia do assassinato e teria sinalizado aos atiradores, que aguardavam no lado externo em um veículo, após avistar Gritzbach se dirigindo ao desembarque.
Busca por envolvidos e identificação do mandante
Uma força-tarefa segue mobilizada para localizar todos os responsáveis pela execução. A delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que há duas linhas principais de investigação para identificar o mandante, ambas envolvendo membros da facção criminosa PCC. “Foi um crime encomendado por algum membro do PCC. Temos duas hipóteses bem avançadas na apuração”, afirmou.
Delação e contexto do crime
Vinícius Lopes Gritzbach havia firmado um acordo de colaboração com o Ministério Público de São Paulo em março de 2024. O conteúdo do acordo é sigiloso, mas trechos da delação, encaminhados à Corregedoria da Polícia em outubro, apontam denúncias contra policiais civis por extorsão e revelam um esquema de lavagem de dinheiro operado pelo PCC.
O delator foi ouvido pela Corregedoria em 31 de outubro, apenas oito dias antes de ser executado no aeroporto. As investigações buscam esclarecer a relação entre as informações fornecidas na delação e o crime que resultou em sua morte.