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sábado, 22 de fevereiro de 2025
Volta às aulas

Excesso de peso e uso incorreto de mochilas causam problemas de saúde

Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, o volume não deve exceder 10% do peso da criança ou do adolescente

Postado em 20 de janeiro de 2025 por Letícia Leite
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Entre os principais riscos estão as dores musculares, alterações posturais e, a longo prazo, o comprometimento do crescimento da coluna vertebral. Foto: Seduc-GO

Mochilas coloridas, com texturas variadas e personagens de desenhos animados são algumas das preferências de crianças e adolescentes na hora de escolher o modelo ideal para o retorno às aulas. 

A ampla gama de opções disponíveis, embora empolgantes, pode esconder um problema que frequentemente passa despercebido pelos pais: o uso inadequado das mochilas. O formato e o peso excessivo podem levar a sérias questões de saúde para a coluna.

Entre os principais riscos estão as dores musculares, alterações posturais e, a longo prazo, o comprometimento do crescimento da coluna vertebral. 

“Os principais riscos de carregar uma mochila com peso excessivo são sobrecarga das articulações tanto da coluna, do pescoço, que é a cervical, quanto a lombar e a dorsal, sobrecarga das articulações do ombro e dos quadris e comprometimento da musculatura também, levando a dor muscular”, explica a médica ortopedista pediátrica Ingrid Araújo.

A especialista destaca que as três principais regiões que podem ser afetadas são a coluna cervical, coluna dorsal e coluna lombar. “Coluna vertebral como um todo e as articulações dos ombros”.

Como usar a mochila?

Para garantir a saúde e o bem-estar dos pequenos, é crucial que as mochilas sejam utilizadas de forma correta. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, o volume não deve exceder 10% do peso da criança ou do adolescente, também é aconselhável que, ao carregar a bolsa, a coluna permaneça o mais ereta possível.

O modelo da mochila é outro fator relevante para prevenir problemas posturais. Ela deve ter um tamanho que se adapte à superfície das costas da criança, com a base cerca de quatro centímetros abaixo da cintura. Mochilas maiores implicam em um aumento de peso. As alças devem ser duplas, largas, acolchoadas e ajustadas ao corpo, favorecendo a distribuição do peso. 

A disposição interna da mochila é fundamental: os objetos mais pesados precisam estar posicionados próximos ao corpo, enquanto itens desnecessários devem ser deixados em casa. Além disso, ao levantar a mochila ou cargas pesadas, é crucial flexionar os joelhos em vez de curvar a coluna, assim evitando lesões e desconfortos.

A especialista enfatiza a importância da observação do excesso de peso, os pais devem ficar atentos a sinais que indicam que a mochila pode estar pesada demais para a criança, como as dores nas costas, alterações nas curvaturas normais da coluna vertebral, mudanças na forma de andar enquanto carrega a mochila, aumento da pressão nos pés, causando dor e incômodo e alteração na frequência respiratória.

“Sinais que as crianças, principalmente as crianças maiores, por volta dos pré-adolescentes, adolescentes, que eles podem apresentar, são o posicionamento que eles ficam, por causa da mochila, está com peso excessivo. Então eles acabam inclinando o tronco para frente, a cabeça mais para frente, para poder conseguir carregar, além do desconforto nas costas também”, continua Araújo.

A mochila de rodinha se torna uma opção para evitar futuras dores e problemas na coluna, mas Ingrid orienta que é necessário tomar alguns cuidados. “A mochila de rodinha se torna inadequada quando a regulagem da altura da alça que puxa não permite com que o membro superior da criança fique esticado, totalmente estendido. Então às vezes pode ficar muito alta a alça e a criança tem que dobrar o cotovelo para poder conseguir puxar. Então tem que ter uma alça para poder regular de acordo com a altura da criança com que o bracinho fique totalmente esticado”, finaliza.

Recomendações práticas para prevenir problemas:

  1. Peso ideal: Certifique-se de que o peso total da mochila não ultrapasse 10% a 20% do peso da criança;
  2. Mochilas ergonômicas: Escolha mochilas com alças largas e acolchoadas, ajustáveis para distribuir melhor o peso;
  3. Organização interna: Posicione os materiais mais pesados próximos às costas e distribua o restante de forma equilibrada;
  4. Uso adequado: Oriente a criança a sempre usar as duas alças da mochila para evitar sobrecarga de um lado do corpo;
  5. Diálogo com a escola: Verifique a possibilidade de uso de armários ou alternância de materiais entre os dias.

Fonte: Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação (Crer)

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