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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Levou pro lado pessoal

Mabel tem primeiro embate com a Câmara após 17 dias de mandato

Prefeito respondeu com críticas à vereadora Aava Santiago que denunciou crise na Maternidade Dona Íris

Postado em 20 de janeiro de 2025 por Bruno Goulart
Mabel tem primeiro embate com a Câmara após 17 dias de mandato
Sandro Mabel e Aava Santiago batem boca nas redes sociais. Foto: Reprodução

Aos 17 dias de mandato, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), protagonizou seu primeiro confronto direto com a Câmara Municipal de Goiânia. A tensão surgiu após a vereadora Aava Santiago (PSDB) denunciar, em um vídeo publicado nas redes sociais, a situação crítica da Maternidade Dona Íris, na capital. Enfermeiros e técnicos estão desde dezembro sem salários, 13º e vale-alimentação. Além disso, insumos básicos estão em falta, e leitos permanecem fechados devido à falta de manutenção. Colaboradores da saúde ainda relataram que tiveram que recorrer a empréstimos pessoais para “sobreviver” diante das faltas de pagamentos e não sabem como vão arcar com as parcelas.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, na sexta-feira (17), Aava descreveu a situação como “devastadora”. “Leitos estão fechados, equipamentos quebrados, e os poucos ativos estão lotados, restringindo internações apenas aos casos mais graves. As mães e recém-nascidos estão abandonados”, afirmou a vereadora, que cobrou do prefeito medidas urgentes.

Levou pro lado pessoal

No entanto, Mabel parece não ter gostado do pedido da vereadora que, inclusive, o apoiou durante o segundo turno. Ao lado do líder do governo na Câmara, Igor Franco (MDB), o prefeito publicou um vídeo em que rebate as críticas, afirmando que a vereadora deveria ter responsabilizado o ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) pelos problemas.

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Ele ainda acusou a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que administra a unidade, por má gestão, afirmando que a entidade deveria “se virar” para solucionar os problemas. Em tom crítico, chegou a sugerir que a unidade de saúde fosse fechada caso não houvesse condições de mantê-la funcionando. “Se não tinham condições, deveriam ter parado a maternidade lá atrás”, disse Mabel, que também classificou a vereadora como “despreparada”.

Repercussão

Nos bastidores da Câmara, a postura do prefeito não foi bem vista. Fontes ouvidas pelo O Hoje consideraram a reação de Mabel “desproporcional”, indicando uma certa dificuldade em lidar com críticas. Embora já se saiba que a crise na saúde de Goiânia vem se agravando desde a gestão anterior, o prefeito pareceu interpretar o pedido da vereadora como um ataque pessoal. Há ainda quem veja na atitude de Mabel um possível recado à Câmara: para permanecer na base, tem que seguir suas orientações e sem questionar.

Em uma “réplica” publicada no sábado (18), a vereadora classificou a atitude do prefeito como “destemperada” e o acusou de “inabilidade” para lidar com um simples “pedido”. A parlamentar afirmou que as cobranças feitas por ela não eram novas, pois já haviam sido realizadas durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz. Ela também criticou a sugestão de Mabel de fechar a maternidade, destacando que o funcionamento da mesma foi mantido graças à “grandeza” e “abnegação” dos trabalhadores.

No vídeo, Aava ainda lembra que, para aprovar a polêmica “Taxa do Lixo”, Mabel foi rápido. Articulou para que o novo tributo fosse sancionado antes mesmo de ser empossado. E ressaltou que, na área da saúde, o prefeito já tem ao menos 40 dias de gestão, considerando a nomeação de um interventor para o setor ainda no final do ano passado, o que refuta a alegação de que ele estava em início de mandato.

Uma fonte próxima à vereadora revelou ao O Hoje que, após o episódio, o prefeito não tentou qualquer contato com ela. No entanto, o líder do governo na Câmara, Igor Franco, que aparece ao lado de Mabel no vídeo, procurou a vereadora antes mesmo da réplica ser publicada. De acordo com informações recebidas, foi Igor quem levou o celular ao prefeito para gravar o vídeo, tentando “aproveitar o momento”. Entretanto, há quem afirme que a iniciativa partiu de Mabel, que queria dar uma resposta pública à vereadora nas redes sociais.

Pagamentos

Enquanto o confronto político se desenrolava, a Prefeitura de Goiânia divulgou um comunicado informando que, na sexta-feira (17), foram pagos R$ 33,5 milhões a aproximadamente 160 prestadores de serviços de saúde. Para esta segunda-feira (20), Mabel deve anunciar “repasses imediatos de recursos para pagamento integral dos prestadores de serviços de saúde do município”. A assessoria do prefeito ainda não respondeu às perguntas da reportagem sobre os planos para regularizar o pagamento referente ao mês de janeiro, que já está chegando ao fim.

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