O simbolismo da ida de políticos bolsonaristas à posse de Trump
Comitiva de políticos conservadores ligados ao ex-presidente foram para a capital americana acompanhar a cerimônia
A vitória do republicano Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris na disputa presidencial dos Estados Unidos foi vista, mundialmente, como um afago a ala direitista conservadora. No Brasil, os políticos que levantam a bandeira do conservadorismo, em grande maioria, aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enxergam na vitória de Trump, também uma vitória política do ex-chefe do Executivo.
A comitiva dos parlamentares à direita que marcaram presença na posse de Trump nesta segunda-feira, 20, incluem: Adilson Barroso (PL-SP); Bia Kicis (PL-DF); Cabo Gilberto Silva (PL-PB); Capitão Alden (PL-BA); Carla Zambelli (PL-SP); Coronel Chrisóstomo (PL-RO); Coronel Fernanda (PL-MT); Eduardo Bolsonaro (PL-SP); Giovani Cherini (PL-RS); Gustavo Gayer (PL-GO); Joaquim Passarinho (PL-PA); Luiz Philippe de Orleans (PL-SP); Marcel van Hattem (Novo-RS); Marcos Pollon (PL-MS); Mauricio Marcon (Podemos-RS); Maurício do Vôlei (PL-MG); Messias Donato (Republicanos-ES); Sargento Gonçalves (PL-RN); Silvia Waiãpi (PL-AP); e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), além da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro.
Com o passaporte apreendido pela Polícia Federal desde fevereiro de 2024, por conta da investigação que apura uma suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022, Bolsonaro não compareceu à cerimônia. O ex-presidente tentou até o último instante, mas viu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, rejeitarem seu pedido.
Mesmo com a ausência de Bolsonaro, os fieis escudeiros do ex-presidente foram até a capital americana, em um gesto que representa a importância da vitória de Trump para os conservadores. O retorno do republicano à presidência dos Estados Unidos, após um cenário político polarizado, reforça o conservadorismo a nível global.
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A presença de políticos brasileiros na posse pode simbolizar uma reafirmação dessa aliança ideológica, já que Trump continua sendo uma figura de destaque entre líderes à direita. Além disso, para Gayer e companhia, estar presente na posse de Trump também pode servir como um ato estratégico para mobilizar suas bases eleitorais. A figura de Trump ressoa fortemente com eleitores de direita no Brasil e legitima os parlamentares nesse cenário político interno.
Olhando para o cenário entre a diplomacia do estado brasileiro com o americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviará a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, para representar o governo brasileiro. O movimento é tímido, já que a oposição ao petista tem compatibilidade ideológica com Trump e recebeu os “louros” do presidente americano e seus aliados.
As cerimônias de posse nos Estados Unidos não costumam ter a presença de chefes de Estado, e a presença de representantes de outros países se restringe a embaixadores. Porém, Trump convidou líderes mundiais, como o presidente da Argentina, Javier Milei, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, indicando que a proximidade com líderes conservadores ao redor do mundo acontecerá – o que é uma boa notícia para Bolsonaro e seus seguidores. (Especial para O Hoje)