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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Alego

Caiado recua e projeto para taxar barcos e aeronaves será revogado

Líder do governo na Alego, Talles Barreto (União Brasil) anunciou que projeto de autoria do Poder Executivo estadual será cancelado

Postado em 23 de janeiro de 2025 por Thiago Borges
Caiado recua e projeto para taxar barcos e aeronaves será revogado
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O projeto de lei que cria o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para barcos, lanchas e aeronaves em Goiás – de autoria do Poder Executivo estadual, chefiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) – será revogado. O anúncio de que a matéria será abolida pelo governo aconteceu na última segunda-feira, 20, em reunião da Comissão Mista da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). O deputado Talles Barreto, líder do governo na Alego, anunciou o recuo do Executivo. 

“Só para esclarecimento dos deputados e deputadas sobre aquele IPVA para aviões e barcos – que nós aprovamos -, essa matéria será revogada e não suspensa, por determinação do governador [Caiado]”, garantiu Barreto. O parlamentar ainda afirmou que a confirmação sobre a revogação da matéria deve acontecer na próxima semana. O projeto para invalidar a criação da nova taxa deve ser aprovado sem dificuldades na Casa de Leis. 

Mesmo com o recuo de Caiado, deputados da oposição criticaram o governador. Com a palavra, Gustavo Sebba (PSDB) classificou o projeto como uma “atrocidade”. “Um absurdo que foi mandado pelo governo […]. Isso é uma aberração. O governo recua agora não é porque é bonzinho não, é porque não aguentou a pressão. A exemplo do que aconteceu com o monitoramento do Pix do governo federal, a população não aceitou e o governo precisou recuar – e não está sendo diferente nesse projeto”, criticou o parlamentar. 

Já o deputado Eduardo Prado (PL), em concordância com Sebba, disse que “o governador sentiu a pressão social e dos deputados da oposição”. “Assim como o PL à nível nacional, com o [deputado federal] Nikolas [Ferreira] conseguiu, nós, também da oposição, conseguimos sensibilizar o governo pelas redes sociais”, completou o parlamentar, que comparou a atuação da oposição estadual com o enfrentamento da oposição ao governo federal na questão do monitoramento do Pix. Prado também elogiou a atuação de Barreto, ressaltando que o líder do governo na Assembleia escutou as demandas dos opositores. 

O deputado Clécio Alves (Republicanos) pediu à relatoria da matéria que solicita a revogação do projeto que iria taxar barcos e aeronaves. Em sua fala, Alves disse que se sente realizado pela revogação do projeto e saiu em defesa de Caiado, afirmando que o governador demonstrou “grandeza” e “espírito público”. “Todos nós estamos sujeitos a nos equivocar. Então, o governador mostra que está preocupado com o bem comum e bem do Estado”, disse Clécio. 

Leia mais: Ministro do STF diz que semipresidencialismo será pautado em 2025

Talles Barreto, por sua vez, rebateu as críticas dos parlamentares opositores. “Esse projeto apresentado veio de um acordo no CONFAZ [Conselho Nacional de Política Fazendária], através da lei federal da reforma tributária. Era uma medida que todos os estados iriam aprovar, de acordo com a lei federal. O estado de Goiás, em especial, como está no Regime de Recuperação Fiscal – o RRF – tinha a obrigação [de aderir o projeto] pois não pode descartar receitas”, explicou o deputado da situação, que também ressaltou que os barcos de porte pequeno não estavam incluídos no projeto.

O líder de Caiado na Alego justificou que os demais estados, com exceção da Paraíba, não pautaram o projeto. Sabendo disso, Caiado determinou que a lei fosse “cancelada”, segundo Talles. Na réplica, Sebba argumentou que a justificativa de Talles, sobre se adequar ao acordo do CONFAZ, foi a mesma usada para o ICMS dos combustíveis e que, na época, outros estados também não fizeram. “Por que só nós e a Paraíba votamos? Porque o governo queria”, concluiu. 

O IPVA que recairia sobre aeronaves, barcos e lanchas, caso fosse aprovado, seria cobrado a partir de abril de 2025. A alíquota seria de 3,75% sobre o valor médio de mercado. (Especial para O Hoje)

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