Bolsonaro se aproxima de MDB e pode refletir em Goiás
Os rumores de uma aliança entre PL e MDB no estado pode ganhar força com a aproximação do ex-presidente
![Aproximação de Bolsonaro com emedebistas pode refletir em Goiás](https://ohoje.com/wp-content/uploads/2025/02/5-nota-foto-Reproducao-1024x576.png)
Aqueles que acompanham de forma atenta a política brasileira estão cientes que as articulações, sobretudo a véspera do ano eleitoral, não cessam. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já negocia o apoio de partidos visando a disputa eleitoral de 2026 e as negociações podem refletir no futuro da política goiana.
Bolsonaro não esconde suas pretensões. O presidente de honra do PL quer formar maioria no Senado Federal e para isso precisa formar alianças políticas sólidas, preferencialmente com partidos robustos. Nessa equação, os rumores apontam que o ex-chefe do Executivo mira o apoio do MDB para a candidatura de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para a reeleição na Casa Alta.
Para que a aliança aconteça, Bolsonaro precisará negociar com o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Atualmente, a sigla compõe a base governista e ocupa três cargos ministeriais no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, emedebistas de peso possuem relações próximas com Lula – como o senador Renan Calheiros (AL). Para além de negociar e obter o apoio do MDB, uma aproximação da sigla com Bolsonaro enfraqueceria o petista.
Quem poderia se aproveitar desta situação é o atual vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB). Presidente estadual do partido, Daniel é o principal nome emedebista no estado e sucessor natural do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Vilela, que só não será candidato ao governo do estado em 2026 caso uma catástrofe ocorra, já deixou claro, mais de uma vez, que não descarta – e vê com bons olhos – uma aliança com o PL, com a benção de Jair Bolsonaro.
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Nas últimas semanas, a certeza de que o senador Wilder Morais (PL-GO) disputará o governo estadual no ano que vem deixou de existir. As chances do parlamentar de disputar o Executivo goiano diminuíram, sobretudo pela aproximação de Vilela com Bolsonaro e pelos puxões de orelha que Wilder recebeu do ex-presidente. Uma aliança MDB e PL em Goiás ganhou força – inclusive, a composição Daniel e Wilder, com o senador sendo o vice na chapa, é uma das possibilidades.
Bolsonaro já declarou recentemente que não se oporia a uma aliança entre Wilder e Vilela. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Goiânia, o ex-presidente afirmou que, caso o governador Ronaldo Caiado apoie a composição, o PL poderia apoiar Vilela ao governo e indicar um nome ao Senado. “O que não pode é com o PT. O resto, fica à vontade. Se tiver interesse do Caiado, do Wilder, da minha parte, sem problema nenhum”, disse.
O líder do PL não se opõe, até porque a possível aliança também é benéfica para Bolsonaro. O ex-presidente, que está focado em ampliar o número de bolsonaristas no Congresso – em especial no Senado – iria barganhar uma das duas vagas à Casa Alta em uma composição com a base caiadista, com a outra sendo ocupada pela atual primeira-dama, Gracinha Caiado, nome certo para a disputa de 2026.
Em suma, o projeto político de Vilela ganharia força como nunca antes teve. O PL enfraqueceria as relações do MDB com o governo Lula e se aproximaria do partido. E, caso continue inelegível, um possível apoio de Bolsonaro a Caiado na disputa pela Presidência da República, que hoje é visto como improvável, ganharia novos contornos. (Especial para O Hoje)