Pré-requisito para vice de Vilela em 2026 é o alinhamento total ao “caiadismo”
Escolha do candidato a vice-governador será estratégica para manter projeto de poder de Ronaldo Caiado e garantir continuidade política em Goiás para além de 2030
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As articulações para as eleições de 2026 em Goiás já estão em andamento, e um dos temas centrais é a definição de quem será o candidato a vice-governador na chapa de Daniel Vilela (MDB). Uma condição é clara: o escolhido precisará ter “alma caiadista”, ou seja, estar totalmente alinhado ao projeto político do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Mesmo que Caiado deixe o governo para se lançar pré-candidato à presidência da República, sua influência continuará sendo decisiva no estado, e a escolha do vice será crucial para manter o controle do Palácio das Esmeraldas para além de 2030.
A estratégia é bem pensada. Para concorrer à Presidência, Caiado precisará renunciar ao governo em abril de 2026. Com isso, Daniel Vilela, atual vice-governador, assumirá o cargo até o final do mandato, quando também será candidato ao governo de Goiás. Vilela é visto como o sucessor natural de Caiado e tem grandes chances de vitória. No entanto, a escolha do vice é fundamental não apenas para 2026, mas também para o futuro do projeto político caiadista. Isso porque, em 2030, Vilela não poderá concorrer à reeleição, já que sua ascensão ao governo em 2026 contará como segundo mandato. Assim, o vice será o candidato natural ao governo em 2030.
“Alma Caiadista”
Um vice alinhado ao “caiadismo” não apenas fortaleceria a chapa de Vilela em 2026, mas também garantiria a continuidade do projeto político de Caiado em 2030. Um nome com esse perfil poderia, inclusive, abrir espaço para o próprio Caiado retornar ao governo goiano em 2030, caso ele não vença a disputa presidencial. Por outro lado, um vice de oposição, como Wilder Morais (PL), representaria um risco para o grupo governista, já que dificilmente abriria mão de concorrer ao governo em 2030.
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Vale destacar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sinalizado apoio a Daniel Vilela, o que poderia frustrar as pretensões de Wilder Morais. Em dezembro de 2023, Bolsonaro recebeu Vilela em Brasília, e nos bastidores fala-se de uma possível aliança entre o ex-presidente e o emedebista. Essa aproximação, no entanto, não é vista com bons olhos por todos os setores do grupo governista, já que poderia enfraquecer o projeto de poder de Caiado. É preciso lembrar que o PL está competitivo no estado.
Cotados
Entre os nomes cotados para vice-governador na chapa de Daniel Vilela estão lideranças políticas de diferentes regiões de Goiás, todas com forte ligação com o agronegócio. Um dos mais mencionados é Paulo do Vale (União Brasil), ex-prefeito de Rio Verde e uma das maiores lideranças do sudoeste goiano.
Outro nome em discussão é Pábio Mossoró (MDB), ex-prefeito de Valparaíso de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal. A região é importante por concentrar mais de 1,5 milhão de eleitores e 11 cidades que fazem fronteira com Brasília. A escolha de Mossoró poderia fortalecer a chapa no entorno do DF, uma área de grande relevância eleitoral. Diego Sorgatto, prefeito reeleito de Luziânia, também é visto como um nome viável. Com forte atuação na região do entorno, Sorgatto tem experiência administrativa e poderia contribuir para ampliar a base eleitoral de Vilela.
Além disso, José Mário Schreiner, ex-deputado federal e atual presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), é outro nome cotado. Schreiner é respeitado no agronegócio e mantém forte ligação com Caiado, o que o torna um candidato natural para o cargo.
Por fim, Adriano da Rocha Lima é visto como um “tecnopolítico” com expertise em gestão e inovações tecnológicas. Sua experiência administrativa e visão moderna poderiam ser decisivas para a chapa de Vilela, especialmente em áreas como inteligência artificial e modernização do setor público.