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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Alta no preço

Preço do tomate sobe 18,07% e preocupa produtores e consumidores

O preço do tomate subiu no mercado atacadista brasileiro em dezembro de 2024, após meses de queda acentuada

Postado em 11 de fevereiro de 2025 por Micael Silva
Goiás é o terceiro maior produtor de tomate, e o produto teve aumento de 18,97%. Foto: Alexandre Paes/ O Hoje

O preço do tomate subiu no mercado atacadista brasileiro em dezembro de 2024, após meses de queda acentuada. Segundo dados do Boletim Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a média ponderada do valor do produto registrou aumento de 18,07% em relação a novembro.

O segundo semestre de 2024 foi marcado por oscilações de preços do tomate. Houve quedas expressivas em julho (-43,96%) e agosto (-19,25%), enquanto setembro e outubro registraram níveis altos. 

De acordo com o boletim, a produção teve ganhos de produtividade graças às condições climáticas quentes e aos investimentos tecnológicos no setor. Entretanto, essa alta produção impactou os níveis de produção, que viram os preços muitas vezes abaixo dos custos de produção. 

A alta de dezembro não foi uniforme em todo o país. Na Ceagesp (São Paulo), o preço subiu 28,28%; em Belo Horizonte, a alta foi de 45,37%; e no Rio de Janeiro, de 35%. Goiás é o terceiro maior produtor de tomate, e o produto teve aumento de 18,97%. Já em outras regiões, os preços continuam caindo, como em Santa Catarina (-29,17%) e em Recife (-7,52%)

O economista Luiz Carlos Ongaratto aponta que uma série de fatores contribuiu para a alta no preço do tomate nos últimos meses. Segundo ele, as condições climáticas adversas afetam a produção, e as mudanças tributárias podem impactar a demanda pelo produto.

“O início do ano passado teve muita chuva, o que atrasou o planejamento do tomate. Depois, veio um período de calor intenso, favorecendo o surgimento de indiretas. Com isso, muitos hectares foram perdidos, atrasados ​​a oferta do produto no mercado”, explicou.

Além da queda na produção, Ongaratto destaca que a inclusão do extrato de tomate na cesta básica – enquanto o molho de tomate ficou de fora – pode influenciar no consumo. “Cerca de 91% do mercado de produtos derivados do tomate são de molho de tomate. Se o extrato de tomate tiver um preço reduzido, a demanda por ele pode crescer artificialmente, indo contra a preferência do consumidor, que opta pelo molho por ser mais acessível e prático no preparo”, analisou.

Para 2025, a economista prevê um cenário semelhante ao deste ano, com possíveis reduções na área de cultivo caso as secas e ondas de calor persistam, o que pode manter os preços elevados.

Os aumentos mais significativos foram registrados em Recife (+72%), Salvador (+50%) e Fortaleza (+10%). No Sudeste, Belo Horizonte teve alta de 36% e Vitória, de 25%. Em contrapartida, no Sul, Curitiba e Porto Alegre obtiveram quedas de 15% e 20%, respectivamente.

Christiane Amorim, gerente de Inteligência de Mercado da Seapa, destacou os principais obstáculos enfrentados pelos produtores. “Como em qualquer safra, há variações climáticas e a necessidade de um controle fitossanitário específico. Contudo, com o comprometimento dos produtores e o suporte técnico disponível, o estado conseguiu manter sua posição de liderança, reforçando a qualidade e competitividade da tomaticultura goiana”, afirmou Amorim.

Um dos aspectos que mais chamou a atenção no cenário atual foi o aumento de 18,07% no preço do tomate. Amorim explicou que esse crescimento não é causado apenas por questões climáticas, mas também por fatores de oferta e demanda. “O preço do tomate sofre oscilações constantes, dependendo da disponibilidade no mercado, dos custos de produção e da sazonalidade da cultura”, conta.

Além disso, o clima também tem um papel importante, pois as variações nas condições climáticas impactam diretamente na produtividade e na colheita. Ele ressaltou que, apesar dessas flutuações, Goiás segue com produção forte e investimentos constantes em tecnologia, o que ajuda a equilibrar o mercado.

Contrariando a expectativa de alta, Amorim comentou uma recente redução de 20% nos preços do tomate no estado em dezembro de 2024. “Esse dado foi registrado no Agro em dados de fevereiro de 2025. A queda no preço pode ser explicada pela maior oferta no período, o que gerou uma estabilização momentânea. 

Após a saída do Ceasa, o controle de preços fica mais suscetível à variação da demanda, o que é comum no setor”, afirmou o gerente. Segundo Amorim, o monitoramento constante e o incentivo às práticas tecnológicas são fundamentais para manter a competitividade do setor e garantir a estabilidade no abastecimento.

A produção e comercialização do tomate continuarão no radar dos consumidores e agricultores nos próximos meses, especialmente com as mudanças de safra e a expectativa de retomada de preços em 2025.

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